Policiais interviram quando taxistas em Paris se tornaram violentos em protestos contra o UberPop| Foto: Ian Langsdon/European Pressphoto Agency

O Airbnb tem mais de 40 mil imóveis listados em Paris, o destino mais popular dos turistas. Os administradores da cidade aplaudem o site por trazer inovação para a indústria hoteleira.

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Por outro lado, o Uber tem sido denunciado por funcionários públicos franceses e causou protestos violentos de taxistas.

Hoje as empresas, nascidas em San Francisco, são duas das maiores operadoras da chamada economia on-demand, em que os serviços estão disponíveis a um toque no celular.

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Mas, à medida que elas se expandiram rapidamente em volta do mundo, apostaram em estratégias diferentes em relação às autoridades.

Desde que começou a operar em 2009, o Uber, um serviço de caronas pagas, entra em cidade após cidade com uma atitude de “prenda-me se for capaz”. Ao invés disso, o Airbnb, um serviço de compartilhamento de imóveis, tem uma tendência a cortejar os políticos locais.

A atitude agressiva do Uber o colocou em conflito com líderes de várias cidades.

“No começo, muitas dessas startups não pensam sobre regulamentação”, afirma Thilo Koslowski, chefe da prática automotiva da Gartner, uma empresa de pesquisa de tecnologia da Califórnia. “Tudo o que importa é ter uma estratégia de impacto. Eles fazem primeiro e perguntam depois. Quando amadurecem, isso começa a mudar.”

O Airbnb não saiu completamente ileso. O site enfrentou pressões em cidades como Nova York, onde alguns argumentaram que os aluguéis do Airbnb poderiam reduzir a quantidade de moradias permanentes na cidade. E, no ano passado, o Airbnb foi multado na Europa pela primeira vez por violar uma lei da região da Catalunha na Espanha que proíbe alugar quartos para fins turísticos.

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No começo, a startup limitou o contato com as autoridades locais porque descobriu que poucos entendiam o seu negócio. Mas, por volta de 2012, pouco depois de o número de imóveis listados em Paris começar a crescer rapidamente, o Airbnb abriu um escritório na cidade e começou a falar regularmente com os legisladores.

Hoje, para reprimir aluguéis ilegais de imóveis de férias, um time de investigadores conduz inspeções regulares em Paris, com multas de até 28 mil dólares para pessoas que não cumprem a lei, uma regra que o Airbnb apoia. Além disso, no início de 2016, a empresa vai começar a coletar uma taxa turística de seus usuários para as autoridades de Paris.

Essa abordagem com os legisladores tem a ver com “encontrar parceiros nos governos que entendem a economia compartilhada”, explica Patrick Robinson, líder de políticas públicas do Airbnb na Europa.

O Uber começou a operar na França no final de 2011. Dois anos depois, os legisladores estavam tentando estabelecer limites, propondo novas regras que forçariam qualquer serviço de transporte contratado como o Uber a esperar pelo menos 15 minutos antes que os motoristas pudessem pegar novos passageiros, o que daria uma ajuda aos taxistas tradicionais.

No ano passado, os executivos da empresa começaram a ter encontros cada vez mais regulares com as autoridades franceses, parte de um esforço maior da companhia para tentar conquistar os legisladores. Naquele momento, no entanto, a pressão exercida por grupos de taxistas bem relacionados já havia ganhado na França.

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Uma nova lei do transporte, que entrou em vigor este ano, exige que todos os condutores tenham uma licença profissional e os proíbe de usar software de localização para mostrar onde estão seus carros, regras que essencialmente impedem os motoristas do UberPop, o serviço mais barato da empresa, de trabalhar legalmente. As autoridades da Alemanha, Espanha e Holanda também baniram o serviço de preço mais baixo.

Os problemas do Uber aumentaram este mês, quando os motoristas de táxi franceses bloquearam estradas, queimaram pneus e atacaram possíveis condutores do Uber. Dois dos executivos principais da empresa na França também foram detidos.

“Qualquer governo pode fechar seu negócio, então você precisa querer participar do jogo das leis”, explica Gerald R. Faulhaber, professor emérito de Economia dos Negócios e Políticas Públicas da Universidade da Pensilvânia. “Não tem outro jeito.”

Contribuiu Aurelien Breeden