Quando Jennifer Homans publicou "Apollos Angels", uma história abrangente dessa que é a mais evanescente das artes o balé, foi saudada por abordar mais de quatro séculos de dança sob ótica estudiosa e acessível.
No mundo da dança, porém, o livro da dançarina que virou historiadora ganhou fama possivelmente má famapor suas dez páginas finais, um epílogo desanimador em que Homans lançou um aviso sem meias palavras, escrevendo: "Estou certa agora de que o balé está morrendo".
Agora Homans tem uma chance de ajudar o paciente, de modo modesto: abriu um "think tank" sobre a dança.
Sua nova organização, o Centro de Balé e das Artes, na Universidade de Nova York, onde ela é acadêmica residente, será aberta este mês com a ajuda de uma dotação de US$ 2 milhões (R$ 4,6 milhões) da Fundação Andrew W. Mellon.
Homans disse que suas metas abrangem a inclusão do balé como disciplina séria de estudos acadêmicos; atrair novas vozes para a discussão do passado, presente e futuro do balé, e levar a discussão além do mundo da dança.
"As pessoas já me disseram: Você é tão pessimista. O final de "Apollos Angels" é tão sombrio. Mas o que eu queria era formular uma pergunta séria", disse Homans.
"Estamos em um mundo em transformação total, e em que ponto se encontra esta forma de arte? No que ela vai se transformar? Acho que é a pergunta que todos estamos respondendo. E o Centro pode ser parte dessa resposta."
O Centro vai dar algumas bolsas a cada semestre para pessoas dos mundos da dança, da academia e fora deles, permitindo que invistam em uma gama grande de projetos.
"Um dos principais objetivos é atrair cabeças de outras disciplinas e outras formas de arte para que se debrucem sobre o balé", disse Homans.
Um membro do primeiro grupo de bolsistas é o documentarista Frederick Wiseman, que fez vários filmes sobre dança, incluindo "Ballet" (1995), um perfil do American Ballet Theater, e "La Danse" (2009), um olhar sobre o Balé da Ópera de Paris.
O projeto de Wiseman no centro não envolverá a criação de um filme sobre dança, mas o contrário: criar uma dança a partir de um de seus filmes.
No epílogo de seu livro, publicado em 2010, Homans citou as dificuldades enfrentadas pelo balé após a morte das grandes figuras da dança do século 20 e o enfraquecimento de seu impacto cultural nos EUA, entre outros problemas.
"Se tivermos sorte, estarei errada, e o balé clássico não estará morrendo, mas caindo num sono profundo do qual, como a Bela Adormecida, poderá ser desperto por uma nova geração", ela escreveu.
Homans disse que vê razões para ser otimista, incluindo alguns dos dançarinos espetaculares que atuam hoje e a paixão que muitos têm pelo balé. "Na realidade, acho que o momento é de esperança."
Ela espera que a escola ajude o balé a ter maior influência no mundo acadêmico. "Temos disciplinas de música, de arte, onde estão as de balé?. Esta é uma forma de arte que tem 400 anos de história e faz parte de nossa civilização."
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