Selfie no Museu de História Natural em Nova York| Foto: Hiroko Masuike/The New York Times

Em um famoso teste de laboratório, um chimpanzé chamado Sultan usou duas varas e conseguiu pegar um prêmio incrível: um cacho de bananas pendurado fora do seu alcance.

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Quase um século mais tarde, turistas ávidos realizaram sua própria versão do experimento. Equipado com o extensor de câmera conhecido como bastão de selfie, eles podem agora fazer lindas fotos por todos os cantos.

Bastões de selfie na pirâmide do Louvre, em Paris  
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Os museus de arte observam essa tendência com certo nervosismo, temendo danos às obras ou a visitantes, pois os usuários brandem seus bastões com pouca cautela. Agora resolveram tomar uma atitude. Um por um, museus por todos os Estados Unidos estão proibindo o uso dos bastões de selfie em suas galerias.

O Museu e Jardim de Esculturas Hirshhorn, em Washington, proibiu o acessório em fevereiro, e em Nova York o Museu Metropolitan decidiu que também proibirá os bastões de selfie.

“Uma coisa é tirar uma foto usando o comprimento do seu braço, mas quando a coisa tem três vezes esse tamanho, você está invadindo o espaço pessoal de alguém”, disse Sree Sreenivasan, encarregado da área digital do Met.

Esse espaço pessoal dos outros visitantes é apenas um dos problemas. As obras de arte são o outro. “Não queremos ter que colocar toda obra atrás de um vidro”, disse Deborah Ziska, da Galeria Nacional de Arte em Washington, que, discretamente, impõe a proibição de bastões de selfie, mas que agora está em processo de formalizá-la nas orientações impressas para os visitantes.

Há também a ameaça ao operador da câmera, concentrado em tirar a foto perfeita e alheio ao resto do ambiente. “Se as pessoas não estão prestando atenção ao Templo de Dendur, podem acabar caindo na água com a escultura de crocodilo”, disse Sreenivasan.

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Em geral, há um incentivo às selfies. Os museus, há muito tempo, perceberam que elas ajudam os visitantes a se ligarem à arte e fazerem publicidade gratuita.

Quando Katy Perry foi à exposição de Magritte no Art Institute de Chicago em meados do ano passado e fez uma selfie na frente do “American Gothic”, de Grant Wood, o museu conseguiu uma enxurrada de publicidade depois que a imagem foi postada no Pinterest.

O Museu Whitney de Arte Americana, em sua retrospectiva de Jeff Koons no ano passado, distribuiu folhetos proclamando, em letras garrafais, que “Koons é Ótimo para Selfies!”

Portanto, selfies são boas; bastões são maus. Mas ruim na teoria, já que muitos funcionários de museus nos Estados Unidos reconhecem que presenciaram poucos exemplos do uso do bastão. Enquanto isso, no Tate Modern e na National Gallery, em Londres, e no Louvre, em Paris — duas cidades onde os turistas asiáticos, em particular, transformaram a selfie em uma característica altamente visível da paisagem urbana — os bastões ainda são permitidos.

Com o espírito de investigação científica, Sreenivasan levou um bastão em suas viagens recentes para os Emirados Árabes Unidos e a Europa, onde viu, alarmado, uma selva desses acessórios em museus e atrações turísticas.

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“Se, no final das contas, o bastão provar que possui algum grande propósito, iremos defendê-lo, mas ele não tem”, disse.