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Fabricantes de brinquedos tentam impulsionar vendas com produtos licenciados de filmes | Victor J. Blue/The New York Times
Fabricantes de brinquedos tentam impulsionar vendas com produtos licenciados de filmes| Foto: Victor J. Blue/The New York Times

Os super-heróis travam lutas mortais no cinema. Neste ano, porém, um de seus principais campos de batalha será nas lojas de brinquedos.

Capitão América, Darth Vader e até Cinderella vão disputar espaço nas prateleiras, ao lado de outros brinquedos inspirados em grandes filmes de Hollywood que chegarão aos cinemas neste ano.

Os fabricantes de brinquedos estão animadíssimos com o próximo filme da série “Star Wars”, “O Despertar da Força”. Mas a Feira do Brinquedo de 2015, promovida recentemente em Nova York, não teve brinquedos ligados ao filme. Presume-se que seja porque a Disney queira manter o suspense até mais perto da data de lançamento do filme, em dezembro.

  • Mercadorias expostas na Feira do Brinquedo de 2015 de Nova York
  • Mercadorias expostas na Feira do Brinquedo de 2015 de Nova York
  • Mercadorias expostas na Feira do Brinquedo de 2015 de Nova York

Para os fabricantes, este e outros filmes representam oportunidades de licenciamento de brinquedos com potencial de quebrar recordes. Mas alguns especialistas questionam se a indústria de brinquedos, que movimenta US$ 84 bilhões, vai conseguir crescer o suficiente para abranger um possível excesso de novos produtos. “Quando há tantos filmes novos e grandes, sempre é um desafio”, comentou Marty Brochstein, da Associação de Merchandising do Setor de Licenciamento. “Todo mundo quer se destacar.”

Fabricantes mais novos e ágeis competem com empresas gigantes como Mattel e Hasbro. A Jakks Pacific ficou conhecida por criar bonecos e figuras de ação de tamanho grande, algo que outros fabricantes hesitavam em fazer antes do sucesso de seu Darth Vader de 79 centímetros. As bonecas “Cinderella” e as figuras de ação “Star Wars” da empresa, em tamanho grande, vão chegar às lojas de brinquedos neste ano.

Com uma variedade ampla de empresas reivindicando nichos do setor, os direitos de produção de RPGs, jogos de tabuleiro e jogos digitais baseados em “Os Vingadores” podem ser divididos entre várias empresas. Isso significa que os consumidores terão mais possibilidades de escolha e que haverá mais competição pela atenção deles.

As vendas de produtos ligados a personagens —incluindo produtos baseados em programas de TV, filmes e celebridades— alcançaram US$ 51,44 bilhões em 2013 nos Estados Unidos e no Canadá, o valor mais alto na era pós-recessão, segundo dados da associação de licenciamento.

Alguns especialistas na indústria de brinquedos dizem que a potência de “Star Wars”, somada aos outros grandes filmes do ano, pode proporcionar ao setor de licenciamento as melhores vendas dos últimos anos.

Os novos brinquedos vão concorrer com produtos já vendidos nas lojas varejistas, como brinquedos Tartarugas Ninja, figurinhas de ação Power Rangers e Transformers. As vendas dos brinquedos Homem Aranha e Transformers, da Hasbro, podem subir mais de 60% nos anos em que é lançado um filme dessas séries, segundo dados do analista Sean McGowan, da Needham & Company, e cair na mesma proporção no ano seguinte. “As pessoas geralmente gostam de novidades”, explicou Jim Silver, do site TTPM, que publica críticas de brinquedos. “Então a pergunta é: ‘Quais são os brinquedos velhos que sairão perdendo?’”

Para aumentar suas vendas, as empresas às vezes fazem apostas. No ano passado, a Hasbro lançou brinquedos “Guardiões da Galáxia” em miniatura, de modo que pôde oferecer uma variedade maior de personagens e naves espaciais ligados ao filme. Os brinquedos ocuparam menos espaço nas lojas, o que agradou aos comerciantes, e custavam menos, agradando aos pais. A estratégia teve resultados tão positivos que a Hasbro vai repeti-la com os brinquedos de “Os Vingadores: A Era de Ultron”, a serem lançados.

Seria de se imaginar que o lançamento de um grande filme significasse grandes vendas de brinquedos. Mas, segundo McGowan, “é arriscado supor que, só porque um estúdio está investindo muito dinheiro num filme, isso vai se traduzir em vendas de brinquedos. Os varejistas precisam decidir no que vão apostar. Num ano de muitos lançamentos, há muita concorrência nas prateleiras”.

Quando o filme “Lanterna Verde” fracassou nas bilheterias, os brinquedos ligados ao filme ficaram parados nas lojas.

Avaliar o interesse dos consumidores pode ser complicado, porque a manufatura dos brinquedos começa muito tempo antes de o filme chegar aos cinemas.

“É difícil ingressar nesse setor, porque você só vê o produto no final”, disse Doug Wadleigh, da Mattel. Até lá, já pode ser tarde demais.

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