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Uma empresa de Massachusetts desenvolveu uma maneira de deixar escorregadio o interior de recipientes, reduzindo perdas | Liquiglide Inc/
Uma empresa de Massachusetts desenvolveu uma maneira de deixar escorregadio o interior de recipientes, reduzindo perdas| Foto: Liquiglide Inc/

Se uma cola não gruda dentro da embalagem, você pode achar que ela não deve ser muito boa, mas todas as colas já irritaram inúmeras gerações de pais e filhos que tentavam pegar as últimas gotas com os dedos.

A LiquiGlide, uma empresa fundada por um professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e um de seus alunos, bolou uma solução: um revestimento que deixa o interior do frasco úmido e escorregadio. A cola desliza para o bocal e de volta para o fundo.

A empresa disse que a Elmer’s Products Inc. havia assinado um acordo de licenciamento para o uso desse revestimento em recipientes de cola. A LiquiGlide também licenciou sua tecnologia para uma empresa de embalagens na Austrália. A ideia é tornar escorregadio o lado interno das tampas de latas de tinta para que esta deslize de volta para a lata em vez de grudar na tampa e secar.

A tecnologia também poderia ter grandes retornos ambientais, reduzindo o desperdício. Em poucos anos, “esperamos que seja onipresente”, disse J. David Smith, executivo chefe da LiquiGlide.

Testes feitos pela Consumer Reports em 2009 descobriram que muito do que compramos acaba nunca saindo do recipiente — até um quarto de hidratante para o corpo, 16 por cento do sabão líquido para roupas e 15 por cento de condimentos como mostarda e ketchup.

“Dá o maior trabalho pegar o restinho da maionese”, disse Kripa K. Varanasi, professor do MIT e cofundador da LiquiGlide.

Varanasi não decidiu resolver o problema da cola pegajosa ou da maionese, mas pensava em desafios industriais, como evitar a formação de gelo sobre as asas do avião e permitir o bombeamento mais eficiente de petróleo bruto.

Quando líquidos passam por canos, uma camada normalmente acaba grudando em suas paredes. Distante da parede do tubo, o líquido flui mais rápido no centro. “Diferentes camadas de água passam uma pela outra, e, portanto, não há atrito, isso é viscosidade, e é por isso que você precisa bombeá-la”, disse Neelesh A. Patankar, professor na Universidade Northwestern em Evanston, Illinois, que não está envolvido com a LiquiGlide.

O truque é encontrar uma maneira de contornar a chamada condição de limite antiderrapante. Patankar e outros têm investigado as superfícies super-hidrofóbicas. Uma superfície hidrofóbica repele a água; uma superfície super-hidrofóbica aumenta o efeito, repelindo o líquido completamente. Inspirada pelas folhas de lótus, a superfície de um material super-hidrofóbico parece áspera quando vista pelo microscópio. A água se acumula em bolhas, localizando-se nas extremidades dessa superfície áspera, mas principalmente no ar preso entre a gota e a superfície. Assim, as gotas fluem facilmente.

Patankar e seus colegas mostraram que, com uma escolha inteligente de textura, o vapor de água aprisionado poderia servir como camada persistente, separando a água da superfície.

A abordagem da LiquiGlide é semelhante, mas usa um lubrificante líquido, não um gás. O lubrificante se une mais fortemente à superfície texturizada do que ao líquido, o que permite que o líquido deslize, e a superfície texturizada evita que o lubrificante saia.

Nas aplicações para alimentos, os revestimentos são derivados de materiais comestíveis. O frasco de maionese pode chegar este ano, dizem os fundadores. O tubo de pasta de dente fácil de apertar pode chegar em 2017.

A empresa também está explorando revestimentos para tanques de armazenamento de petróleo e oleodutos. Isso pode reduzir a energia necessária para conduzir os materiais através das tubulações e acelerar a limpeza de tanques, com menos produtos químicos. Petróleo bruto, por exemplo, desliza por uma superfície tratada com LiquiGlide.

“Há uma economia significativa a partir de uma perspectiva de sustentabilidade”, Varanasi disse.

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