Enquanto enterravam mais vítimas do segundo massacre escolar mais letal na história dos EUA, nesta quinta-feira (20), os moradores de Newtown, em Connecticut, procuravam formas de pressionar os líderes nacionais a restringirem o acesso da população norte-americana a armas.
Seis vítimas - algumas com apenas 6 anos - foram enterradas na quinta-feira, seis dias depois de um rapaz de 20 anos entrar fortemente armado numa escola primária com um rifle de assalto, matando 26 pessoas - seis adultos e 20 crianças. O autor do massacre também morreu.
Centenas de pessoas lotaram a cerimônia fúnebre de Benjamin Wheeler, de 6 anos, na Igreja Episcopal Trinity, diante da qual duas fileiras de escoteiros se postavam com seus estandartes.
O massacre de Newtown reabriu o debate sobre o controle de armas, uma questão politicamente espinhosa nos EUA, onde há forte apoio ao direito de os cidadãos portarem armas.
O vice-presidente Joe Biden deve comandar na quinta-feira a primeira reunião de uma força-tarefa montada pelo presidente Barack Obama para preparar propostas que resultem na redução da violência armada.
Após a reunião na Casa Branca, o secretário de Justiça, Eric Holder, viaja a Newtown para se reunir com autoridades que investigam o massacre.
Na quarta-feira (19) à noite, dezenas de moradores da cidade se reuniram numa biblioteca para discutir maneiras de influenciar o debate nacional. O senador Richard Blumenthal disse ao grupo que chegou a hora de uma "mudança sísmica" nas políticas dos EUA para as armas.
"Essa terrível tragédia mudou a América, de uma forma que ela está disposta a parar de disseminar a violência armada", disse Blumenthal.
Nesta semana, a influente Associação Nacional do Rifle (NRA, da sigla em inglês), que tradicionalmente se opõe a qualquer tentativa de restringir o comércio de armas de fogo, disse estar disposta a contribuir com mudanças na legislação.
Parlamentares democratas favoráveis ao controle defenderam nesta semana que sejam votados rapidamente projetos que proíbem a venda de armas de assalto e de cartuchos de munição de alta capacidade. Eles esperam que a morte de crianças de 6 e 7 anos marque um ponto de inflexão na mentalidade do país e convença mais deputados e senadores a apoiarem as mudanças.
O autor do massacre, Adam Lanza, usou armas que haviam sido adquiridas legalmente e estavam registradas em nome da sua mãe, Nancy, a primeira vítima do ataque da sexta-feira.
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