A ditadura da Nicarágua anunciou nesta quinta-feira (13) que, em coordenação com a Assembleia Legislativa, de maioria sandinista, declarará o dia 19 de abril como o Dia Nacional da Paz. A data é simbólica para a oposição, que comemorará as manifestações populares ocorridas há cinco anos contra o ditador Daniel Ortega e sua esposa e vice, Rosario Murillo.
Em abril de 2018, milhares de nicaraguenses tomaram as ruas para protestar contra as controversas reformas da seguridade social. Posteriormente, o movimento se transformou em uma exigência da destituição de Ortega, após o ditador ter respondido com força. Os protestos deixaram pelo menos 355 mortos, segundo a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH), embora as organizações nicaraguenses tenham situado esse número em 684. Ortega admite que foram "mais de 300" e sustenta que se tratou de uma tentativa de golpe de Estado.
"Queriam nos interromper, nos encheram de sangue, de fogo, incendiaram hospitais, clínicas, centros de estudo, universidades, mas não puderam, nem poderão", disse Murillo nesta quinta-feira, através da imprensa oficial. Ela afirmou que o Parlamento realizará uma sessão "nos próximos dias" para declarar formalmente o Dia Nacional da Paz em 19 de abril. Murillo assegurou que o presidente do Parlamento, Gustavo Porras, do partido governista, já preparou esta iniciativa.
"Uma iniciativa que todos aplaudimos, conscientes de que a paz nesta pátria de bênção, de trabalho e prosperidade, de tantas vitórias, é essencial para a vida", acrescentou. Segundo a mulher de Ortega, o governo se declarou "defensor" e "guardião" da paz na Nicarágua.
A oposição no exílio, após os protestos de cinco anos atrás, pediu manifestações para celebrar o aniversário onde a diáspora nicaraguense é representativa, como na Costa Rica e nos Estados Unidos. Os jovens opositores chamam 19 de abril de "Dia Nacional da Memória das Vítimas".
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT