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A ditadura da Nicarágua elogiou nesta quinta-feira (24) a decisão do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) de aceitar Argentina, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã como novos membros.
"O Governo de Reconciliação e União Nacional da República da Nicarágua acolhe com apreço e alegria o convite que os presidentes fundadores do Brics fizeram aos seus homólogos de Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã para que se juntem a esse poderoso grupo de economias emergentes em nome de seus povos e governos", disse o governo nicaraguense em um comunicado.
A Nicarágua afirmou que o Brics "assumiu uma iniciativa e uma realidade poderosas que fortalecerão o mundo multipolar de que tanto precisamos e mudarão o modelo econômico injusto, colonialista e imperialista".
"A incorporação de mais povos, países e Estados ao Brics vai gerar, temos certeza, as condições necessárias para um mundo melhor, o que é urgente e essencial", afirma o comunicado oficial do regime de Daniel Ortega.
Os seis países se tornarão "membros plenos do Brics a partir de 1º de janeiro de 2024", anunciou o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, no último dia da 15ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do bloco, que teve início em Johannesburgo na terça-feira (22) e encerrou os trabalhos ontem.
Repressão na Nicarágua
Enquanto apoia a entrada de novos países no Brics, incluindo ditaduras como a da Arábia Saudita, Irã e Egito, o regime de Ortega promove uma perseguição implacável contra a Igreja Católica, com expulsão e prisão de padres, proibição de atividades religiosas e suspensão das relações diplomáticas.
Além disso, a ditadura também encerrou as atividades de instituições de ensino católicas e organizações cristãs espalhadas pelo país.
Na semana passada, jovens estudantes se reuniram nas imediações do consulado da Nicarágua na Costa Rica em protesto contra o confisco de todos os bens da Universidade Centro-Americana (UCA), instituição de ensino vinculada à Companhia de Jesus.
A mobilização desencadeou uma série de represálias por parte do regime de Daniel Ortega contra as famílias dos alunos que ainda residem na Nicarágua. (Com informações da Agência EFE)