A ditadura da Nicarágua expulsou a embaixadora da União Europeia (UE) no país, a alemã Bettina Muscheidt, depois que o bloco pediu o fim da perseguição à Igreja Católica, à imprensa e a opositores no país centro-americano.
Fontes ligadas ao Parlamento Europeu informaram ao site Confidencial que Muscheidt foi notificada verbalmente pelo regime de Daniel Ortega e que um funcionário não identificado do Ministério das Relações Exteriores alegou que sua expulsão se devia à “interferência e desrespeito à soberania nacional” da Nicarágua por parte da União Europeia.
Durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, a UE havia apontado que “as autoridades nicaraguenses devem acabar com a repressão, incluindo a repressão contra adversários políticos, o clero, a mídia independente, a sociedade civil e os defensores dos direitos humanos”.
Na semana retrasada, o Parlamento Europeu havia aprovado uma resolução para condenar a prisão arbitrária do bispo nicaraguense Rolando Álvarez, ocorrida em agosto, e manifestar preocupação com os 206 presos políticos no país, o fechamento de mais uma centena de ONGs e a proibição de funcionamento de partidos políticos de oposição.
Os eurodeputados também pediram que a UE e o Conselho de Segurança da ONU abram uma investigação formal contra a Nicarágua e Ortega por crimes contra a humanidade.