Agentes da ditadura de Daniel Ortega cercam igreja durante missa na cidade de Masaya, em setembro do ano passado| Foto: EFE/Stringer
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A jornalista e ex-candidata a deputada hondurenha Kenia Lili González Sánchez denunciou que foi expulsa da Nicarágua na última sexta-feira (4) por fazer publicações nas quais defendeu religiosos da Igreja Católica perseguidos pela ditadura de Daniel Ortega.

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Em um vídeo publicado nas suas redes sociais, Sánchez relatou que havia entrado na Nicarágua pelo posto fronteiriço de Las Manos, onde permitiram que continuasse sua viagem. Ela pretendia ficar apenas três dias no país, onde já havia estado outras vezes como turista, antes de seguir para a Costa Rica.

Porém, quando estava “a uns 20 ou 30 quilômetros de Manágua”, capital da Nicarágua, agentes da Direção Geral de Migração e Imigração (DGME, na sigla em espanhol) a interceptaram e a escoltaram de volta ao posto de Las Manos.

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Lá, lhe entregaram um documento, no qual informaram que “era uma pessoa que não era bem recebida pelo governo da Nicarágua, por fazer publicações em favor dos cristãos na Nicarágua”.

“Posso defender os cristãos da Nicarágua, posso defender os cristãos de qualquer país, porque esse é o meu critério religioso”, disse González. “Não concordo com a perseguição aos padres na Nicarágua, mas nunca pensei que fosse uma ameaça ao governo da Nicarágua, por isso faço uma denúncia pública, porque o motivo da minha expulsão foi defender os padres”, acrescentou a jornalista.

A Nicarágua intensificou desde o ano passado a perseguição à Igreja Católica, com prisões e expulsões de religiosos do país, apropriação de bens, congelamento de contas e proibição de atividades. O ditador Daniel Ortega acusa a Igreja de tentar derrubá-lo, por ter apoiado e acolhido manifestantes dos protestos pró-democracia de 2018.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]