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ligação interoceânica

Nicarágua inicia obra que pretende concorrer com o Canal do Panamá

Manifestantes bloqueiam rodovia em Manágua em protesto contra a construção do canal que irá atravessar a Nicarágua | Reuters
Manifestantes bloqueiam rodovia em Manágua em protesto contra a construção do canal que irá atravessar a Nicarágua (Foto: Reuters)

Autoridades nicaraguenses e a companhia chinesa HKND inauguraram na última segunda-feira as obras de construção de um canal transoceânico que vai competir com o Canal do Panamá. A obra, avaliada em US$ 50 bilhões (R$ 135 bilhões), tem sido alvo de irritação e protestos dos cidadãos do país nas últimas semanas.

O presidente Daniel Ortega, ao lado do presidente do grupo HKND, Wang Jing, disse que o canal vai mudar a economia da Nicarágua, um dos países mais pobres da América Latina, e do restante do hemisfério.

Em discurso transmitido pela televisão, Ortega prometeu que o projeto terá impacto mínimo no meio ambiente e que os fazendeiros preocupados com suas terras receberão um preço justo por suas propriedades.

"Estar perto de estradas e do desenvolvimento nas proximidades do canal será melhor do que temos agora", afirmou o presidente. "Os fazendeiros pedem estradas e esses projetos trarão mais riquezas para eles e suas famílias."

A inauguração marcou o início de alguns projetos auxiliares em Brito, cidade que fica a cerca de 5 quilômetros da costa do Pacífico, onde o primeiro porto será construído. Autoridades dizem que o canal estará totalmente operacional em 2020.

O projeto se estende por 278 quilômetros entre o Caribe e o Pacífico. O canal será a realização de um sonho que já foi estudado e descartado várias vezes desde o início dos anos 1800.

No ano passado, aliados de Ortega no Congresso aceleraram a aprovação da legislação que concedeu à HKND, cuja sede fica em Hong Kong, uma concessão por 50 anos, renováveis por mais 50, para a construção e operação do canal em troca do pagamento de US$ 10 milhões por ano, assim que a obra estiver em funcionamento. A lei permite que a HKND desenvolva projetos auxiliares - portos, aeroportos, estradas e uma ferrovia - mesmo que o canal não seja construído.

Segundo a Environmental Resources Management (ERM), empresa britânica de consultoria contratada pela HKND, um grande número de especialistas de diversas áreas, de ecologistas a cientistas sociais e experts em mudanças climáticas estão envolvidos nos trabalhos relacionados à construção do canal.

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