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Francisco Reyes Rosas

Youtuber é proibido de retornar à Nicarágua após colaborar com crítico do regime de Ortega

Youtuber é proibido de retornar à Nicarágua após colaborar com crítico do regime de Ortega
O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, durante reunião da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) em Caracas, em abril de 2024. (Foto: Miguel Gutiérrez/EFE)

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O youtuber nicaraguense Francisco Javier Reyes Rosas, conhecido como "Chico Reyes Rosas", foi impedido de retornar à Nicarágua após uma viagem à Espanha. A proibição ocorreu no dia 27 de agosto, quando ele estava em trânsito em Houston, nos Estados Unidos, a caminho de Manágua, capital do país centro-americano, mas só foi revelada por Chico no sábado (21).

Em um vídeo publicado em seu canal no sábado, que conta com mais de 130 mil inscritos, Reyes Rosas, que fala sobre os pontos turísticos da Nicarágua em seu conteúdo, revelou que a companhia aérea o informou que as autoridades de imigração do regime nicaraguense haviam negado sua entrada no país.

A razão para essa negativa parece estar ligada à colaboração de Reyes Rosas com um youtuber venezuelano chamado Óscar Alejandro Pérez Martínez, que criticou abertamente a falta de liberdade na Nicarágua e os abusos do regime de Daniel Ortega e de sua esposa, Rosario Murillo. Em fevereiro de 2024, durante sua visita a Nicarágua, Pérez Martínez fez uma série de vídeos retratando as condições de vida sob a ditadura sandinista, o que gerou descontentamento entre os líderes do regime. Em abril, ONGs venezuelanas chegaram denunciar que Pérez Martínez havia sido preso por agentes do regime de Maduro na Venezuela sob acusação de “terrorismo”. O youtuber também é um crítico do regime de Caracas.

Reyes Rosas expressou em seu vídeo publicado no sábado a frustração e a dor que sentiu ao ser informado sobre a proibição de retorno ao seu país natal.

"Quando me disseram isso, me atingiu muito. Vocês não imaginam como é sentir que te negam a entrada no seu próprio país [...] Eu estava tranquilo voltando para casa, mas me deixaram preso em um país que não é o meu, em um lugar onde não sabiam se eu tinha dinheiro ou não para ficar, comer, resolver. Foi um choque muito grande e lembrar disso ainda me dói”, desabafou.

Apesar de não ter sido dado um motivo oficial para a negativa, ele tentou entrar em contato com as autoridades de imigração e do consulado nicaraguense nos Estados Unidos, mas não obteve respostas satisfatórias.

“Nós não podemos fazer nada. Quando não permitem a entrada [na Nicarágua] de alguém, é por algum motivo que nós não conhecemos e não nos informam. Então, onde quer que você ligue, não vão te dar o motivo”, relatou o youtuber sobre a ligação com uma funcionária do Ministério do Interior.

Reyes Rosas, que é geólogo de profissão, se questionou se gravar vídeos ou expressar opiniões na Nicarágua seria considerado um crime, uma vez que, em seu conteúdo, se dedicava a mostrar destinos turísticos e curiosidades sobre seu país natal.

“Gravar na Nicarágua é um delito? Opinar sobre isso ou aquilo é um delito? Não, né?”, questionou.

Após ser impedido de entrar na Nicarágua, Reyes Rosas conseguiu abrigo temporário nos Estados Unidos, onde uma pessoa o acolheu. Ele afirmou que, independentemente de onde esteja, se considera “100% nicaraguense” e que continuará a se orgulhar de suas raízes.

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