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Ditadura sandinista

Nicarágua prende dissidente que havia voltado ao país para pegar documentos

Camiseta com a imagem do ditador Daniel Ortega à venda em Manágua, capital nicaraguense (Foto: EFE/Jorge Torres)

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O regime da Nicarágua, comandado pelo ditador Daniel Ortega, recapturou na quarta-feira (2) o ex-combatente sandinista e preso político Juan Carlos Baquedano, de 65 anos, em sua residência na cidade de Jinotega, no norte do país.

Familiares de Baquedano denunciaram sua prisão, alegando que ele foi levado sob custódia sem ser conduzido à delegacia local. De acordo com fontes, funcionários do regime informaram à família que ele havia sido transferido imediatamente para a capital, Manágua.

A captura de Baquedano aconteceu logo após sua volta à Nicarágua, que ocorreu na última segunda-feira (31). Ele estava exilado no México e retornou ao país natal para providenciar documentos relacionados a propriedades pessoais. No entanto, seus planos foram abruptamente interrompidos quando agentes da polícia de Ortega invadiram sua casa e o prenderam.

Juan Carlos Baquedano havia sido preso pela primeira vez em julho de 2018 e acusado de envolvimento em uma série de crimes, incluindo assassinato, porte ilegal de arma de fogo, terrorismo e obstrução de serviços públicos.

À época, ele foi condenado a 47 anos de prisão. Posteriormente, a juíza do Segundo Distrito de Juízo Criminal de Manágua, Adela Cardoza, reduziu sua sentença para 25 anos, relacionada ao assassinato de um cidadão chamado Pablo Israel Ramos Chavarría, ocorrido em 2018.

Baquedano também foi apontado como líder dos bloqueios de estradas durante protestos contra o regime de Ortega em Jinotega. Ele é um ex-combatente sandinista que participou da insurreição contra a ditadura de Anastasio Somoza em 1979. Porém, seu ativismo e engajamento político o levaram a se voltar contra o regime sandinista imposto por Ortega e se juntar às manifestações contra a ditadura em abril de 2018, o que resultou em sua prisão.

Mais de 60 pessoas estão detidas por motivos políticos na Nicarágua, de acordo com a ONG Mecanismo de Reconhecimento de Presos Políticos.

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