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Ditadura sandinista

Nicarágua prende mais um sacerdote da Igreja Católica crítico do regime de Ortega

O ditador Daniel Ortega e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo (Foto: Fernanda LeMarie/Ministério das Relações Exteriores do Equador/Wikimedia Commons)

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O regime de Daniel Ortega na Nicarágua prendeu nesta quinta-feira (28) o monsenhor Carlos Avilés, que ocupa o cargo de Vigário Geral da Arquidiocese de Manágua. Conforme informações do site argentino Infobae, o clérigo foi preso por agentes da Polícia Nacional logo após participar de uma reunião da cúpula administrativa da arquidiocese.

Segundo noticiou o Infobae, ainda não se sabe o motivo da prisão de Avilés, que é conhecido por sua crítica aberta ao regime socialista de Ortega e sua esposa, Rosario Murillo. A advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina, que acompanha os ataques do regime sandinista à Igreja, denunciou o caso nas redes sociais e pediu que se “respeite a integridade física do religioso”.

Molina também alertou que esta é a primeira arbitrariedade realizada pelo recém-reinstaurado Ministério do Interior, que terá as mesmas funções que o órgão que funcionou durante a guerra civil na década de 1980, quando o primeiro governo sandinista (1979-1990) espionou e censurou a Igreja e a imprensa independente.

A detenção de Avilés se soma à de outros membros do clero católico nos últimos meses, como parte da escalada de tensão entre o regime e a Igreja, que tem sido uma voz crítica e solidária aos manifestantes que pediram por democracia e justiça no país durante as manifestações de 2018. Entre os presos estão diversos outros sacerdotes e o bispo Rolando Álvarez, que foi condenado a 26 anos e quatro meses de prisão em fevereiro.

A crise política e social na Nicarágua está em curso desde 2018, quando a repressão policial e paramilitar aos protestos da oposição deixou 355 mortos, mais de 2 mil feridos, mais de 1,6 mil detidos em diferentes momentos e pelo menos 100 mil exilados. O regime de Ortega, desde então, fechou dezenas de ONGs e outras associações civis de direitos humanos, e mantém encarcerados mais de 100 presos políticos, segundo dados da oposição.

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