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Ditadura sandinista

Nicarágua prende outro padre católico por acusação de “traição à pátria”

Fiéis participam de missa em homenagem a São Jerônimo, em Masaya, na Nicarágua (Foto: EFE/Stringer)

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O padre Jaime Iván Montesinos Sauceda, de 61 anos, foi detido na última terça-feira (23) pelas autoridades da Nicarágua por acusação de cometer crimes considerados como "traição à pátria contra o Estado da Nicarágua e a sociedade”, informou a Polícia Nacional do país nesta quinta-feira (25).

"A Polícia Nacional está investigando o padre Jaime Iván Montesinos Sauceda por cometer atos que prejudicam a independência, soberania e autodeterminação da nação, de acordo com o artigo 1º da Lei de Defesa dos Direitos do Povo à Independência, Soberania, Autodeterminação e Paz", declarou a instituição em um comunicado à imprensa.

Ainda segundo o comunicado da Polícia Nacional, no momento da prisão, Montesinos Sauceda "foi encontrado em atitude suspeita, embriagado e na companhia de uma jovem, a bordo de uma caminhonete branca, de cabine dupla, estacionada à beira da estrada".

De acordo com as forças de segurança do regime do ditador Daniel Ortega, o religioso foi preso no município de San José de los Remates, localizado no departamento de Boaco, região central da Nicarágua.

Montesinos Sauceda é pároco da igreja Juan Pablo II, no município de Sébaco, que fica localizado no departamento de Matagalpa. A diocese do padre Sauceda é liderada pelo bispo Rolando José Álvarez Lagos, que foi condenado em fevereiro a mais de 26 anos de prisão por supostos crimes que também foram considerados como "traição à pátria". Com a prisão do padre Sauceda, sobe para três o número de padres nicaraguenses investigados pela Polícia Nacional esta semana.

A Polícia Nacional da Nicarágua, que não apresentou provas de suas acusações, afirmou estar realizando diligências e encaminhará o padre ao Ministério Público do país, para seu julgamento e determinação das responsabilidades criminais.

Ortega intensificou a partir do ano passado a perseguição à Igreja Católica, que apoiou os manifestantes pró-democracia de 2018. O ditador considerou os protestos uma tentativa de golpe de Estado e os reprimiu violentamente.

As medidas repressivas incluem confisco de propriedades da Igreja e prisão ou expulsão do país de freiras, padres e bispos.

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