Na noite desta quinta-feira (5), a Polícia Nacional da Nicarágua, controlada pelo regime de Daniel Ortega, prendeu o padre Álvaro Toledo, pároco da Igreja de Nossa Senhora da Assunção, que fica localizada na cidade de Ocotal. Com a prisão de Toledo, sobe para 12 o número de padres católicos presos pela Nicarágua durante a ditadura de Ortega.
Segundo informações do jornal independente La Prensa, a polícia nicaraguense retirou arbitrariamente o padre de sua residência, que fica localizada no departamento de Nueva Segovia, e desapareceu com ele. Não há informações oficiais sobre o paradeiro do padre até o momento.
Toledo foi preso horas depois de se pronunciar sobre as prisões de colegas sacerdotes em sua homilia.
Segundo o jornal El Confidencial, durante a homilia de quinta-feira, antes de ser preso, o padre Toledo havia dito que “a nossa Diocese está ficando sem sacerdotes, não temos mais sacerdotes”.
Ele também havia deixado em aberto a possibilidade de ser preso pelo regime de Ortega.
“A verdade é que já sabemos que isso pode nos atingir a qualquer momento, mas temos paz e a consciência tranquila”, disse.
Durante a homilia, Toledo também havia pedido orações pelos sacerdotes que já estão detidos na Nicarágua, como José Iván Centeno e Julio Ricardo Norori. Ambos foram presos neste mês de outubro.
A advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina, especializada em documentar os ataques do regime nicaraguense contra católicos, disse em seu perfil oficial no X (antigo Twitter) que “a onda de sequestros de padres continua" na Nicarágua.
"Não há poder humano nacional ou internacional que possa ou queira evitá-lo. A vida do Padre Toledo e de outros que constam das listas de sequestros da ditadura [de Daniel Ortega] está em perigo. É uma questão de horas até que eles sequestrem outros. Os sacerdotes estão sozinhos, e a comunidade internacional nem sequer quer abrir as portas para evitar a prisão [deles]”, escreveu ela.
A Nicarágua conta atualmente com diversos padres católicos presos. Somente a Diocese de Estelí, por exemplo, já enfrenta o encarceramento de seis sacerdotes, incluindo o de seu administrador apostólico, o bispo Rolando José Álvarez Lagos, condenado anteriormente a 26 anos de prisão por “traição”.
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