A ditadura da Nicarágua anunciou o rompimento das relações diplomáticas com Israel nesta sexta-feira (11), depois de a Assembleia Nacional do país, controlada pelo regime de Daniel Ortega, ter aprovado uma resolução pedindo para que o governo sandinista adotasse essa medida.
“Nosso presidente instruiu a Chancelaria da República a atender a este pedido do Parlamento nacional e a prosseguir com o rompimento das relações diplomáticas com o governo fascista e genocida de Israel”, declarou a vice-presidente e esposa de Ortega, Rosario Murillo, segundo informações do jornal Confidencial.
A resolução aprovada na Assembleia Nacional chama o governo de Israel de “inimigo da humanidade” e a ofensiva israelense contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza de “atrocidade mais detestável do século XXI e uma das piores da história da humanidade”.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, diz que mais de 42 mil pessoas morreram na faixa desde o início do conflito, mas não separa estatísticas de mortes de civis e de combatentes terroristas e seus números são contestados pelos Estados Unidos e por Israel.
“Diante destas ações atrozes, criminosas e cruéis do governo de Israel contra o povo palestino, a Assembleia Nacional da Nicarágua pede respeitosamente ao governo de reconciliação e unidade nacional que considere romper relações diplomáticas com o governo genocida e sionista de Benjamin Netanyahu”, afirma a resolução.
O documento aprovado pelos parlamentares sandinistas fala de “laços históricos de fraternidade [da Nicarágua] com o povo da Palestina”.
“Respeitamos o povo israelense que exige o fim deste massacre, da barbárie e dos crimes cometidos pelo nefasto governo e pelo exército sionista”, acrescenta a resolução, que pede a criação de um Estado palestino.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro do ano passado, o regime de Ortega vem criticando Israel.
A ditadura da Nicarágua apresentou um pedido na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, na Holanda, para que fosse emitida uma ordem emergencial para que a Alemanha parasse de fornecer apoio político, financeiro e militar a Israel, mas a solicitação foi negada pelo tribunal em abril.
Na mesma corte, a Nicarágua solicitou participação na ação que a África do Sul apresentou para que sejam investigadas acusações de genocídio na ofensiva de Israel em Gaza.
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