O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega| Foto: EFE/Ernesto Mastrascusa
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A Nicarágua anunciou nesta segunda-feira (20) que deixou de fazer parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), a qual acusou de ser uma entidade "infame", "ingerencista" e "golpista", a serviço dos “interesses dos Estados Unidos” na América Latina e no Caribe.

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O ministro das Relações Exteriores do regime da Nicarágua, Denis Moncada, afirmou em uma mensagem que o país não tem mais “nenhuma relação com a OEA”, da qual se retirou “definitivamente” após dois anos de ter apresentado um pedido formal para sair da organização.

Moncada, que integra a ditadura sandinista comandada por Daniel Ortega, que reprime e prende opositores, argumentou que a OEA “viola os princípios de não intervenção nos assuntos internos”, o “respeito à soberania dos Estados” e o “direito dos povos de escolher livremente seu destino”, reconhecidos pelo "direito internacional e pela carta fundadora da organização".

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O chanceler nicaraguense responsabilizou a OEA “por vários golpes de Estado e tentativas de derrubada de governos progressistas e revolucionários na região”, com o apoio dos EUA, citando exemplos como Guatemala, Brasil, Chile, Granada, República Dominicana, Panamá, Venezuela, Honduras, Equador, Paraguai e Bolívia.

"A OEA continua a ser o Ministério das Colônias projetado e organizado pela potência norte-americana para encobrir e justificar suas ações agressivas, violando o direito internacional contra os povos e governos progressistas e revolucionários da América Latina e do Caribe", declarou Moncada.

A ditadura da Nicarágua, sob a liderança de Daniel Ortega desde 2007, enfrenta uma grave crise política e social desde abril de 2018, quando eclodiram protestos contra o regime sandinista, que foram reprimidos com violência pelas forças de segurança e grupos paramilitares.

A OEA condenou a repressão aos manifestantes, que deixou mais de 300 mortos, e desqualificou as eleições nas quais Ortega foi reeleito para um quinto mandato, com seus principais opositores na prisão.

A saída da Nicarágua da OEA entrou em vigor no domingo (19), dois anos após o país ter pedido para sair da organização. A Nicarágua é o primeiro país a deixar formalmente a OEA, já que Cuba foi expulsa da organização em 1962.

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O embaixador dos Estados Unidos na OEA, Francisco Mora, disse nesta segunda-feira que a Nicarágua ficará isolada da comunidade internacional após sua saída oficial da entidade.

"Aqueles que apoiam o regime são poucos, e muitos deles estão fora do hemisfério ocidental", disse o diplomata durante uma conversa com jornalistas.

Mora reconheceu que a OEA "não tem" as ferramentas para exercer pressão econômica sobre a Nicarágua, mas disse que a organização continuaria a exercer "pressão política e diplomática" sobre o regime de Ortega, devido a alegações de abusos de direitos humanos e ataques à liberdade de expressão.

"Acredito que isso afeta a Nicarágua e que o regime sente isso", enfatizou o diplomata, acrescentando que espera que a organização continue a emitir relatórios e a ecoar as vozes da oposição nicaraguense. (Com Agência EFE)

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