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Com bandeiras azuis e brancas, dezenas de nicaraguenses protestaram em Washington neste domingo (7) para exigir que os resultados das eleições na Nicarágua, nas quais o atual presidente, Daniel Ortega, está buscando a reeleição, não sejam reconhecidas. Os manifestantes começaram a marcha em frente à sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), na capital americana, e seguiram em direção à embaixada da Nicarágua.
Durante os protestos, os manifestantes hastearam uma enorme bandeira azul e branca da Nicarágua, que se tornou um símbolo de oposição a Ortega e contrasta com as cores vermelha e preta das bandeiras da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), o partido do chefe de Estado. Os participantes gritaram palavras de ordem como "Ortega, escute, ainda estamos na luta" e "Viva a Nicarágua livre". Foram exibidas grandes faixas brancas com letras pretas nas quais se podiam ler diferentes mensagens, tais como "A Nicarágua não se rende", "Liberdade para presos políticos" e "Basta! Chega da farsa deste circo eleitoral".
Entre os participantes da marcha estava Berta Valle, esposa de Felix Madariaga, um acadêmico e ativista que foi preso em 8 de junho depois de anunciar a candidatura às eleições presidenciais. O protesto em Washington é apenas um dos 26 que foram convocados nas cidades por grupos de oposição, como a Unidade Nacional Azul e Branca, para pedir para o mundo não reconhecer os resultados eleitorais, considerando o processo uma farsa cujo intuito único seria reeleger Ortega.
O Ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Denis Moncada, declarou neste domingo que o governo Ortega não teme que a comunidade internacional ignore os resultados e garantiu que não se deixará intimidar. Antes das eleições, as autoridades nicaraguenses prenderam mais de 30 líderes da oposição, incluindo os pré-candidatos presidenciais Cristiana Chamorro, Arturo Cruz, Félix Maradiaga, Juan Sebastián Chamorro, Miguel Mora, Medardo Mairena e Noel Vidaurre.