As questões identitárias, principalmente o feminismo e o racialismo, ganham força na ditadura venezuelana, graças à influência de marxistas americanos.| Foto: EFE
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Os socialistas norte-americanos, apoiadores de longe data da impiedosa ditadura venezuelana, parecem estar ajudando o regime de Maduro a adicionar o feminismo e os temas LGTBQ+ à sua longa lista de causas marxistas, na esperança de que a ditadura caia nas graças da administração Biden-Harris.

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Se a estratégia está mesmo ajudando Caracas é outra questão. Sim, é verdade que recentemente o governo norte-americano se aproximou do regime de Nicolás Maduro, fazendo várias concessões, mas o discurso oficial ainda diz que as conversas atuais entre Washington e Caracas têm como objetivo afastar Maduro da influência de Vladimir Putin e aumentar a produção de petróleo na Venezuela para ajudar o governo a conter o aumento no preço dos combustíveis. Uma tolice.

A administração Biden-Harris tem se esforçado para apaziguar a extrema-esquerda do Partido Democrata, uma ala que não está dando as costas para os esforços dos Socialistas Democratas da América (SDA) em usar a ditadura de Maduro como vitrine das causas usadas pela esquerda dos EUA para promover uma luta revolucionária mais profunda.

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Basta ver como o DSA e o Code Pink, de orientação esquerdista, estão organizando uma turnê por oito das mais importantes cidades norte-americanas, entre elas Washington, D.C., levando consigo feministas venezuelanas enviadas pelo regime de Maduro para dizerem que as sanções impostas pelos Estados Unidos prejudicam as mulheres venezuelanas. Exilados venezuelanos estão organizando manifestações contra essas mulheres, que obviamente deveriam ser presas nos Estados Unidos por manterem laços com narcoterroristas. Mas é difícil que isso aconteça.

E ao longo do último ano, como podemos ver neste anúncio mostrando feministas e travestis chamado Maduro e seu antecessor Hugo Chávez de “nossos presidentes feministas”, o regime de Maduro começou a se orgulhar de questões feministas e LGTBQ+ que antes eram ignoradas ou desprezadas. Na semana passada, por exemplo, o regime começou a pintar ciclovias com as cores do arco-íris LGTBQ+.

Depois de anos de medidas explicitamente homofóbicas, a decisão de apoiar causas defendidas por marxistas norte-americanos parece coincidir com uma visita do DAS a Caracas, realizada em julho de 2021. A nova ênfase tem surpreendido alguns observadores, como os editores do Politico, site que publicou um artigo longo e muito citado sobre o assunto.

O redator do texto parece sofrer de dissonância cognitiva ao falar da visita do DAS. Ele descreveu as atitudes de Maduro como “faxina lacradora”. Mas as relações amigáveis entre os marxistas daqui e de lá não surpreende os observadores venezuelanos.

Apesar de terem destruído a economia e sujeitado o povo à repressão política, com mais de 300 prisioneiros políticos conhecidos (incluindo ao menos oito norte-americanos), Maduro e seu antecessor sempre foram os queridinhos da esquerda norte-americana.

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Para atores como Danny Glover e Sean Penn e diretores como Michael Moore e Oliver Stone, Caracas se tornou a meca que a Côte d’Azur era para os atores dos anos 1950 e 1960. As peregrinações a Venezuela mostravam ao mundo que você se importava com a “justiça social”, ao mesmo tempo em que faziam com que os fãs ignorassem as horríveis violações dos direitos humanos no país.

E as conexões com nossos marxistas vão além da sinalização de virtude dos atores. O amigão do ex-presidente Obama, Bill Ayers, ex-membro do grupo terrorista Weather Underground, também visitou a Venezuela em 2005, elogiando efusivamente como Chávez usou o sistema educacional para doutrinar as crianças. Ayers nunca expressou arrependimento por suas ações e ainda assim hoje é visto como um “reformista da educação”.

Para se ter uma ideia, o ex-terrorista deixou para trás, como tradutor de Chávez em Caracas, seu filho adotivo, Chesa Boudin. Boudin, eleito procurador-distrital de San Francisco com o apoio de George Soros, que viajou várias vezes para Caracas nos anos 2000. Por causa do aumento da criminalidade em San Francisco desde que ele assumiu o cargo, em 2020, ele acabou perdendo recentemente as eleições.

O mesmo serve para o Black Lives Matter, cujos fundadores foram aliados de Chávez e, desde a morte dele, em 2013, do sucessor, Maduro. O principal nome da lista é a cofundadora do BLM Opal Tometi, a mais cosmopolita das mentes por trás do BLM. Ela se autointitulou “observadora internacional” nas eleições realizadas no país em 2015.

As lideranças do BLM, tendo Tometi à frente, convidaram Maduro a conhecer o Harlem e falar para mais de 200 ativistas esquerdistas em 2015. Pouco depois, ela escreveu um manifesto assustador por abordar a situação venezuelana em termos raciais, chamando a oposição de “colonizadores brancos” e elogiando a “democracia participativa”, invenção da esquerda para substituir os pesos e contrapesos da democracia representativa e para instituir o controle político centralizado. Lê-se no manifesto:

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Nos últimos 17 anos, vimos a Revolução Bolivariana defender a democracia participativa e criar um sistema eleitoral justo e transparente, reconhecido como um dos melhores do mundo – um processo democrático que defende os direitos dos afrodescentenes e outros povos oprimidos dentro da Venezuela e em todo o mundo. Rejeitamos a hipocrisia da elite venezuelana que, como os colonizadores, se apegam a seu privilégio branco a ponto de promover o linchamento de afrodescententes.

Maduro retribuiu as honras convidando o BLM a fazer parte do Foro de São Paulo, confraria latino-americana de países e entes não-governamentais marxistas, durante uma reunião numa igreja esquerdista de Washington em 17 de junho de 2017. Na reunião, o BLM se juntou a outros grupos marxistas, como o DSA e o Partido Comunista dos Estados Unidos, etc.

Então ninguém que esteja prestando atenção às relações entre os marxistas norte-americanos e venezuelanos se surpreendeu com o fato de o DAS estar ajudando Maduro. Os marxistas de lá e de cá são aliados não apesar do sistema repressivo de Maduro, e sim porque ambos os lados concordam com o planejamento central, independentemente do estilo.

Mike Gonzalez é membro do Allison Center for Foreign Policy da Heritage Foundation.

© 2022 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês
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