Dois ataques suicidas simultâneos com carros-bomba, realizados nesta quinta-feira no Níger, deixaram um total de 26 mortos e 30 feridos, segundo autoridades francesas e nigerenses. Um dos carros explodiu no interior de um campo militar na cidade de Agadez e outro na remota cidade de Arlit, numa mina de urânio operada por uma empresa francesa.
Um atacante que sobreviveu à ação fez refém um grupo de soldados. Autoridades tentavam negociar a libertação dos militares. O horário dos ataques, que aconteceram no mesmo momento com mais de 160 quilômetros de distância e o fato de os suicidas terem conseguido penetrar numa instalação militar fortemente com forte segurança e numa mina de urânio estrangeira destaca o crescente alcance a sofisticação dos extremistas islâmicos cuja base fica no vizinho Mali.
Os dois ataques foram reivindicados pelo Movimento para a Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao), ligado à Al-Qaeda. O grupo já havia prometido se vingar as intervenção francesa no Mali, que já dura quatro meses e expulsou os extremistas de cidades do norte do Mali.
A maioria das mortes ocorreu na cidade de Agadez, localizada a cerca de 1.000 quilômetros a nordeste da capital, onde os suicidas conseguiram colocar um carro cheio de explosivos no interior de uma base militar, onde foi detonado, matando 20 soldados e deixando 16 feridos, informou o ministro da Defesa Mahamadou Karidjo, realizada em Niamey, nesta quinta-feira. Três suicidas também morreram, mas um quarto tomou um grupo de cadetes como reféns, disse o ministro do Interior, Abdou Labo.
Usando um cinturão explosivo, o homem ameaçava se explodir junto com os reféns, disse Labo, que não pôde confirmar quantos cadetes estavam com o suicida. Quase 12 horas depois da ação, o Exército ainda negociava a libertação dos cadetes.
No mesmo horário, a mais de 240 quilômetros de distância, outro grupo de suicidas passou por um caminhão que entrava na minha de urânio operada pela gigante nuclear francesa Areva. O carro explodiu assim que entrou no local, ferindo 14 funcionários da empresa francesa, um dos quais morreu posteriormente, segundo comunicado da companhia. Os dois suicidas também morreram, informou o Ministério da Defesa. As informações são da Associated Press.
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