Fumaça sai de quartel da polícia, enquanto populares correm pelas ruas em Kano, onde ataque terrorista que deixou ao menos 4 mortos| Foto: Stringer/Reuters

O Governo do estado nigeriano de Kano, no norte da Nigéria, decretou nesta sexta-feira (20) um toque de recolher de 24 horas em todo o território devido aos múltiplos atentados simultâneos na capital, que causaram pelo menos 4 mortes e deixaram dezenas de feridos.

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A informação foi dada pelo comissário de Informação de Kano, Umar Farouk, à agência de notícias local "NAN".

O site do jornal local "Daily Truste" informou que um dos porta-vozes do grupo Boko Haram, Abul Qaqa, confirmou por telefone a autoria dos atentados, realizados em resposta à recusa do governo regional de libertar alguns dos membros de Boko Haram detidos no estado de Kano.

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Qaqa afirmou que a carta enviada às autoridades de Kano no final do ano passado tinha sido ignorada, fato que motivou a brutal resposta.

Pelo menos três pessoas morreram após uma série de explosões e ataques coordenados em Kano, segunda cidade mais povoada da Nigéria.

Em um dos ataques, um terrorista suicida detonou um carro carregado de explosivos dentro da Delegacia de Polícia, perto de um centro vocacional no qual as mulheres dos agentes aprendiam a costurar.

O edifício ficou destroçado e um dos afetados pela explosão afirmou ao jornal que viu pelo menos três corpos sem vida no chão. Outras 30 pessoas feridas foram transferidas a diferentes hospitais de Kano.

Além disso, vários indivíduos armados invadiram a sede da Polícia Estatal e trocaram tiros com os agentes em um incidente no qual ainda se desconhece o número de vítimas.

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Explosões

Outras duas explosões aconteceram na sede da Polícia Secreta, outra bomba explodiu em uma concessionária do bairro de Sabon Gary e uma última na delegacia da região de Yarakwa.

Também foram registrados ataques de pistoleiros nos escritórios de Imigração da cidade.

Ainda não se conhecem os números de mortos nos diversos ataques e embora ainda ninguém tenha se responsabilizado pelos ataques, o "modus operandi" e os alvos coincidem com os escolhidos pelo grupo terrorista islâmico Boko Haram, que realizou vários atentados na região nas últimas semanas e matou dezenas de pessoas.

Boko Haram, cujo nome significa "a educação ocidental é pecado", luta para instaurar a lei islâmica (sharia) no norte da Nigéria, de maioria muçulmana.

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Desde o atentado no Natal do ano passado - no qual morreram 44 pessoas -, as represálias dos grupos cristãos e as ações terroristas de Boko Haram provocaram o deslocamento de centenas de pessoas no país, dividido entre o sul, de maioria cristã, e o norte, muçulmano.

Com mais de 150 milhões de habitantes divididos em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, país mais povoado da África, sofre múltiplas tensões por profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.