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Tensão

Nigéria enfrenta 2.º dia de paralisações e confrontos religiosos

Manifestante carrega cartaz que diz: “Nós dizemos não ao fim do subsídio e ao 1 bilhão de nairas [referência ao valor, equivalente a US$ 6,2 milhões por ano, que o presidente Goodluck Jonathan recebe como auxílio alimentação para sua família]” | Akintunde Akinleye/Reuters
Manifestante carrega cartaz que diz: “Nós dizemos não ao fim do subsídio e ao 1 bilhão de nairas [referência ao valor, equivalente a US$ 6,2 milhões por ano, que o presidente Goodluck Jonathan recebe como auxílio alimentação para sua família]” (Foto: Akintunde Akinleye/Reuters)

Pelo segundo dia consecutivo, dezenas de milhares de nigerianos foram às ruas de várias cidades do país e outros não trabalharam para tentar forçar o presidente Goodluck Jonathan a revogar a retirada de subsídios que dobrou o preço da gasolina. Ao mesmo tempo, confrontos religiosos ocor­­ridos ontem causaram mais cinco mortes.

Em 1.º de janeiro, o maior produtor de petróleo da África pôs fim aos subsídios sobre as importações de combustível, que os ci­­dadãos viam como o único benefício que tinham do Estado, elevando o preço da gasolina para 150 nairas (0,94 dólar) o litro.

Os protestos de ontem tiveram as mesmas proporções dos atos promovidos na segunda-feira. As ruas do centro comercial de Lagos, famosas por seus engarrafamentos, estavam praticamente vazias.

A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo em Bauchi (norte) para dispersar manifestantes no segundo dia de uma greve ge­­ral por tempo indeterminado na Nigéria contra o aumento dos preços da gasolina, indicaram moradores.

Ontem, a polícia e manifestantes entraram em choque na Nigé­­ria e três pessoas foram mortas a tiros. Milhares saíram às ruas protestando contra o aumento dos pre­­ços dos combustíveis, em meio a uma greve geral que paralisou o país.

Conflitos religiosos

Ao mesmo tempo em que acon­­tece a greve na Nigéria, tensões religiosas deixaram ao menos cinco pessoas mortas e mais 10 mil saí­­ram de suas casas por causa de atos violentos cometidos contra mu­­çulmanos desde segunda-feira na cidade de Benin, no sul do país.

De acordo com a Cruz Verme­­lha, uma mesquita foi incendiada no local ontem, enquanto aconteciam protestos contra a alta dos preços dos combustíveis.

Ontem, uma escola islâmica anexada a uma mesquita e um ônibus foram incendiados como parte das tensões religiosas entre grupos muçulmanos e grupos ca­­tólicos.

Essa é a primeira onda de violência contra muçulmanos no sul da Nigéria desde que, há duas semanas, se multiplicaram os ataques contra cristãos no norte do país, de maioria islâmica. Par­­te dos ataques aos católicos foram reivindicados pelo grupo extremista Boko Haram.

A Boko Haram matou pelo me­­­­­­nos 15 pessoas na semana passada, em atentados que tiveram co­­mo alvo até uma igreja.So­­mente nos últimos dias, o grupo assassinou pelo menos 44 pessoas, apesar de o presidente do país ter decretado estado de emergência nas regiões de atuação da seita.

A Boko Haram, cujo nome significa "educação ocidental é um sacrilégio" na língua hauçá, foi responsável por pelo menos 510 mortes apenas no ano passado.

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