Pelo menos 5 pessoas foram mortas a tiros e 16 acabaram feridas na Nigéria ontem, durante protestos contra a alta no preço dos combustíveis. Fontes oficiais e médicas disseram que, no corre-corre, um garoto de 9 anos foi pisoteado até a morte pela multidão, o que elevou para 6 o total de mortos. Os confrontos mais violentos entre policiais e manifestantes ocorreram na cidade de Kano, a segunda maior do país.
O chefe da Comissão pelos Direitos Humanos da Nigéria, Chidi Odinkalu, afirmou que 3 pessoas foram mortas a tiros na capital econômica do país, Lagos, e outra foi baleada em Kano. "Parece que o garoto de 9 anos foi pisoteado em meio a um tumulto em Kano", afirmou à agência France Presse (AFP).
Mais cedo, uma fonte de um hospital em Kano relatou pelo menos mais duas pessoas mortas, uma de 25 anos e outra de 27 anos, depois de terem sido baleadas, elevando o total de óbitos para seis. Um dirigente sindical acusou a polícia de matar a tiros um manifestante em Lagos. Samuel Jinadu, porta-voz da polícia, confirmou o óbito e disse que o policial foi preso. Em Lagos, uma manifestação reuniu mais de 10 mil pessoas. Na capital nigeriana Abuja, outro protesto reuniu milhares de pessoas.
Greve
Os sindicatos convocaram a greve após o governo do presidente Goodluck Jonathan anunciar em 1.º de janeiro o fim do subsídio e o aumento nos preços dos combustíveis. Isso elevou o preço do litro da gasolina de 45 centavos de dólar para pelo menos 94 centavos de dólar, levando a uma escalada nos preços dos alimentos e transportes ao redor da Nigéria, onde muitas pessoas sobrevivem com menos de US$ 2 por dia.
Aparentemente, a greve não afetou a produção nigeriana de petróleo, de 2,4 milhões de barris diários. Embora algumas lojas em Lagos tenham fechado ontem, o Aeroporto Internacional Murtala Mohammed funcionou normalmente.
Kano
A polícia disparou gás lacrimogêneo e atirou para o ar quando milhares de manifestantes se dirigiam para o gabinete do governador, em Kano, a maior cidade no norte. Os confrontos eclodiram quando a polícia impediu os manifestantes de entrar no gabinete do governador, afirmou um correspondente da AFP.
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