O governador do estado de Lagos, na Nigéria, Babajide Sanwo-Olu, afirmou que uma pessoa morreu em um tiroteio contra manifestantes na terça-feira (20). A Anistia Internacional, por sua vez, denuncia várias mortes. Há cerca de duas semanas milhares de jovens têm saído nas ruas das grandes cidades do país para protestar contra a violência policial. Os manifestantes também pedem uma representação melhor na política, aumentos salariais e mais empregos.
Até então, a maioria das manifestações tinham sido pacíficas, com cartazes, música e dança, mas na terça-feira (20) mais de mil pessoas se reuniram em Lagos, maior cidade da Nigéria, e foram dispersadas com tiros de munição letal após o anúncio de um toque de recolher total.
“As manifestações pacíficas se tornaram um monstro que ameaça o bem-estar da nossa sociedade”, declarou o governador Babajide Sanwo-Olu antes de anunciar o toque de recolher. "Tenho a responsabilidade sobre este incidente infeliz e vou trabalhar com o governo federal para elucidar o que aconteceu”, escreveu no Twitter o governador. Sanwo-Olu afirmou, ainda, que a repressão escapou de seu controle.
Nas redes sociais, vídeos mostram homens vestidos com uniformes militares atirando com armas de fogo, mas o exército do país disse que as gravações são “fake news”. Os bairros comerciais e as lojas de Lagos, que tem 20 milhões de habitantes, permanecem fechadas. Nesta quarta-feira (21), o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, pediu compreensão e calma, mas não abordou diretamente os tiroteios.
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