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Terrorismo

Nigeriano se declara inocente

Manifestantes islâmicos protestam em frente ao tribunal onde Abdulmutallab foi ouvido: “Não no nome do Islã”, diz a faixa que traz o símbolo da paz | Rebecca Cook/Reuters
Manifestantes islâmicos protestam em frente ao tribunal onde Abdulmutallab foi ouvido: “Não no nome do Islã”, diz a faixa que traz o símbolo da paz (Foto: Rebecca Cook/Reuters)

O nigeriano Umar Farouk Ab­­dulmutallab, que tentou se ex­­plodir durante um voo americano rumo a Detroit no Natal, se declarou inocente na primeira audiência marcada para tratar do caso, ontem. Abdulmutallab foi indiciado por seis crimes, entre eles tentativa de uso de arma de destruição em massa e de assassinato, em uma aeronave com 279 passageiros e 11 tripulantes.

A audiência não durou mais do que cinco minutos. O acusado entrou de cabeça raspada e algemas nos pés. Deu respostas curtas para as perguntas feitas pelo juiz Mark Randon e se limitou a dizer "sim’’ quando questionado se entendia as acusações.

Ele permaneceu calado en­­quanto seus advogados alegaram inocência em seu nome. Sua resposta mais longa foi dizer que havia tomado alguns analgésicos, ao ser questionado se havia tomado algum medicamento nas 24 horas antes da audiência.

Abdulmutallab é acusado de entrar no voo 253 da Northwest de Amsterdã rumo a Detroit com explosivos escondidos sob as roupas e de tentar detoná-los durante o voo. Ele conseguiu iniciar o fogo, mas foi rendido por passageiros e tripulantes.

A primeira aparição de Ab­­dulmutallab em uma corte federal foi marcada pela presença de jornalistas, muçulmanos americanos e americanos de origem nigeriana.

A audiência começou pouco antes das 14h (pouco antes das 17h no Brasil), mas os preparativos começaram cedo. Os es­­pectadores tiveram de passar por de­­tectores de metal e cães farejadores foram conduzidos pelos corredores da corte.

Segundo especialistas, é co­­mum que acusados se declarem inocentes na primeira audiência. Abdulmutallab tem o direito de pedir um julgamento rápido, que poderia começar em 90 dias. Caso os advogados de defesa ou a acusação peçam mais tempo para preparar o caso, ele pode passar mais de um ano sem ir a julgamento.

Uma das passageiras do voo 253 compareceu à audiência. Hebba Aref, de 27 anos, trabalha como advogada no Kuait e estava sentada no voo seis fileiras atrás do nigeriano. Ela estava acompanhada de familiares. "Esta pessoa mudou a minha vida e a ma­­neira como as coisas são feitas nos EUA. Eu só queria vê-la novamente’’, disse. Ela relatou que sentiu um buraco no estômago ao ver Abdul­­mu­­tallab outra vez.

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