Os nigerianos foram às urnas neste sábado (25) para escolher seu novo presidente. Apesar das expectativas, o resultado das urnas só deve ser conhecido nos próximos dias. Em uma das melhores possibilidades, avaliam algumas agências internacionais, o resultado poderá ser conhecido na noite deste domingo, mas outras falam em até três dias para consolidação dos dados.
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O país mais populoso da África e a maior economia do continente escolhe o sucessor do presidente Muhammadu Buhari, no poder desde 2015.
O dia de votação ocorreu sem incidentes graves, mas marcado por atrasos em alguns colégios eleitorais.
A Comissão Nacional Eleitoral Independente (INEC), que preparou mais de 170 mil centros de votação em todo o país e registrou quase 93,5 milhões de potenciais eleitores, anunciou que manteria as urnas abertas até 14h30 (horário local, 10h30 de Brasília).
No entanto, muitos deles fecharam bem mais tarde, depois de registrar atrasos na abertura, causando a frustração dos eleitores.
O presidente da INEC, Mahmud Yakubu, reconheceu estes erros e os atribuiu a falhas logísticas, mas garantiu que todas as pessoas que chegaram aos colégios eleitorais antes do fechamento das urnas puderam exercer seu direito de voto.
“Não conseguimos abrir a tempo alguns colégios eleitorais devido a problemas logísticos que persistem apesar dos nossos esforços. (...) Embora haja algumas reclamações aqui e ali, entregamos milhões de boletins de voto e folhas de resultado”, disse Yakubu a jornalistas.
Além disso, Yakubu relatou pelo menos um ataque de supostos terroristas contra funcionários da INEC no estado de Borno (nordeste), um dos redutos dos grupos jihadistas Boko Haram e sua dissidência, o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP).
Segundo o presidente da comissão eleitoral, atiradores ainda não identificados dispararam hoje contra os escritórios desta instituição na cidade de Gwoza.
Quem está na disputa
No total, 18 candidatos concorrem pela presidência, mas as pesquisas indicam que apenas três têm chances reais de vencer: o muçulmano Bola Tinubu, candidato do governista Congresso de Todos os Progressistas (APC); Atiku Abubakar, do Partido Democrático dos Povos (PDP); e o cristão Peter Obi, do Partido Trabalhista.
O madrugador deste sábado foi o candidato trabalhista, que foi ao seu centro de votação em Agulu, a cidade mais populosa do estado de Anambra (do qual era governador), no início da manhã e se mostrou seguro da vitória em declarações à imprensa.
Tinubu, que votou em Ikeja (dentro do estado de Lagos), também se mostrou otimista.
"Trabalhei mais do que qualquer outro candidato neste país (durante a campanha). Acho que os nigerianos vão me recompensar", afirmou o representante do APC, que garantiu que não vai descansar e resolver os desafios econômicos e outros problemas enfrentados pela Nigéria.
Por sua vez, Abukakar depositou seu voto em Yola, capital de Adamawa (nordeste), seu estado natal.
"Já votei e espero sair vitorioso. Até agora não houve problemas durante o processo eleitoral, mas temos de continuar acompanhando o andamento da votação", declarou.
Já o presidente Buhari, que está encerrando seu segundo mandato consecutivo de quatro anos permitido pela Constituição, votou na cidade de Daura.
"Pela graça de Deus, o APC vai vencer de Daura a Lagos. Tenho certeza disso", destacou o presidente em fim de mandato.
Segurança
Para garantir a segurança das eleições, a polícia nigeriana mobilizou mais de 301.900 agentes de segurança em todo o país.
Além disso, uma delegação de observadores da União Europeia (UE) e outra da União Africana (UA) inspecionaram a votação.
"A UE reconhece que a Nigéria é um dos países mais importantes, não só na região ou na África, mas em todo o mundo", disse o chefe da missão europeia, o eurodeputado Barry Andrews, na capital nigeriana, Abuja.
O vencedor dessas eleições herdará uma nação assolada por uma crescente insegurança em algumas partes do território, com constantes ataques de gangues criminosas que sequestram civis para obter resgates lucrativos, além de grupos jihadistas e rebeldes pró-independência.
Terá ainda de enfrentar a desvalorização da moeda local (naira), a inflação galopante e o elevado desemprego, apesar de a Nigéria se destacar como o maior produtor de petróleo da África
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