Nenhum país está preparado adequadamente para uma pandemia da gripe aviária, disse nesta segunda-feira na Indonésia o ministro da Saúde americano, acrescentando que há intenção de reforçar uma rede de vigilância destinada a detectar o vírus.

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Mike Leavitt falou durante uma viagem ao Sudeste Asiático, uma região onde mais de 60 pessoas já morreram por causa do vírus H5N1, que causa a gripe aviária. A área é o epicentro mais provável de uma eventual pandemia humana.

- Seria minha avaliação que nenhum país está adequadamente preparado para uma pandemia da gripe aviária. (Entretanto) acredito que a maioria das nações está melhorando e que a preparação está aumentando - disse Leavitt após reunião com o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhyono.

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- Estamos trabalhando com nossos vizinhos e amigos de todo o mundo para criar uma rede de vigilância para que possamos o mais rápido possível determinar quando ou se o vírus será capaz de se tornar rapidamente transmissível entre humanos.

A declaração foi feita no mesmo dia em que a Grécia anunciou que a doença pode ter chegado ao país. A emissora de rádio grega Skai disse nesta segunda-feira que uma granja teria sido infectada na ilha de Inunes, próxima à Ilha de Chio.

Se o caso for confirmado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Grécia será o terceiro país da Europa afetado pelo vírus.

Há uma preocupação crescente na Europa nos últimos dias, devido a testes que confirmaram a doença em frangos da Romênia e da Turquia. A Croácia começou a testar aves encontradas por pessoas, em um sinal da crescente ansiedade na ex-república iugoslava.

Não foram localizados casos humanos no continente, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou os países europeus a não desviarem suas verbas e atenções do Sudeste Asiático.

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- Há muita ansiedade (na Europa) - disse Peter Cordingley, porta-voz da agência nas Filipinas. - Claramente, o resultado disso pode ser que os governos se dediquem à preparação doméstica e esqueçam o fato de que o marco zero é o Sudeste Asiático.

Ele afirmou que uma mutação do vírus, de forma a permitir sua transmissão entre humanos, tem mais chances de ocorrer no Sudeste Asiático, onde milhões de aves já foram abatidas para tentar limitar a doença.

Leavitt disse que o essencial é manter a vigilância e combater a doença ainda nas granjas.

- Se alguém pensa no mundo como uma vasta floresta, se houver uma fagulha na floresta e você a vir, poderá simplesmente assoprá-la. Mas se ela puder queimar por uma ou duas horas, normalmente se torna incontrolável. A única coisa possível então é tentar retirar as pessoas e bens do seu caminho.

Antes, a ministra da Saúde indonésia, Siti Fadillah Supari, informou que os EUA iriam ajudar Jacarta a melhorar seus laboratórios, mas se disse preocupada com a concentração de frangos nas cidades - há 200 grandes granjas só no centro de Jacarta.

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Na semana passada, Leavitt visitou a Tailândia, o Camboja, o Laos e o Vietnã para obter informações sobre o vírus.

Os Estados Unidos prometeram US$ 25 milhões à região para treinamento, matérias-primas, equipamentos de laboratório, sistemas de vigilância nas aldeias e educação pública.

Alguns especialistas criticam a ação indonésia contra o vírus, onde praticamente não houve o abate em massa de animais sob suspeita. As autoridades locais argumentam que países como o Vietnã tiveram muito mais mortes.

Especialistas dizem que o combate à gripe aviária está sendo prejudicado pelas enormes disparidades econômicas entre os países.lgumas nações ainda não têm estoques dos caros medicamentos antivirais, que poderiam conter uma pandemia, e se ressentem da falta de infra-estrutura de saúde pública.

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