Em seu discurso na cúpula do Mercosul, em Brasília, o presidente Nicolás Maduro lembrou a figura do ex-presidente Hugo Chávez e ponderou que, “há aqueles (...) em alguns dos nossos países ou fora dos nossos países” que tentam “forçar a história e a realidade”.
“Nós existimos, estamos vivos, de pé. Ninguém vai nos apagar do mapa, com campanhas midiáticas, com pressão política”, afirmou o venezuelano, nesta sexta-feira (17). O governo de Maduro, que enfrenta grave crise política, foi alvo de crítica da oposição brasileira.
No mês passado, senadores foram a Caracas e, na saída do aeroporto Simón Bolívar, foram cercados por grupo partidário ao governo, que gritava: “[Hugo] Chávez não morreu, multiplicou-se”.
A exemplo de outros presidentes do bloco, Maduro defendeu uma maior integração regional e ponderou que “há muita coisa a ser feita”.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, entoou o discurso de que ainda há muito a fazer nas relações comerciais do Mercosul que, segundo ela, não são exploradas “de forma satisfatória”. “Temos de aprofundar as integrações em termos reais”, reforçou.
Fazendo referência aos 40 anos da Operação Condor -aliança político-militar entre as ditaduras da América do Sul-, Cristina afirmou que é necessário “fortalecer mais do que nunca as nossas democracias” porque, segundo ela, “talvez, em algum lugar, haja um novo plano, que não seja Condor, que não terá intervenção de Forças Armadas, mas que seja mais sutil e sofisticado”.
O presidente Horácio Cartes foi mais incisivo: “O Paraguai tem insistido que o Mercosul deve contribuir de fato para a superação das assimetrias existentes entre as nossas nações”, afirmou. Ele cobrou maior atenção às “economias menores e mais vulneráveis” para se obter um “verdadeiro processo de integração”.