O presidente dos EUA, Barack Obama, elogiou na sexta-feira o "importante progresso" das tropas norte-americanas contra os militantes islâmicos do Afeganistão, durante uma visita surpresa a uma base aérea nos arredores de Cabul.
Por causa do mau tempo, a viagem de helicóptero que ele deveria fazer até a capital para se encontrar com o presidente Hamid Karzai foi cancelada - eles tiveram uma rápida conversa por telefone. Em vez de durar seis horas, como estava previsto, a passagem de Obama pelo país durou apenas três.
A visita de Obama - a segunda dele como presidente - ocorre a poucos dias de a Casa Branca divulgar uma revisão da estratégia militar no Afeganistão, e um dia depois da divulgação de um documento secreto mostrando a preocupação norte-americana com a capacidade de Karzai e com fraudes eleitorais no Afeganistão.
A guerra no Afeganistão, iniciada há nove anos, é profundamente impopular nos EUA, e está no seu período mais violento. Apesar disso, Obama falou aos 4.000 militares reunidos num hangar em Bagram sobre "o orgulho de que haja menos áreas sob controle do Taliiban".
O discurso foi recheado também de louvores aos sacrifícios dos militares e de seus familiares.
"Dissemos que iríamos quebrar o impulso do Taliban, e é isso que vocês estão fazendo, estão indo para a ofensiva, cansados de ficar na defensiva", afirmou ele, a uma plateia que incluía militares de outros países.
A Casa Branca disse que o principal objetivo de Obama na viagem era prestar apoio aos militares nesta época especial do ano - entre o Dia de Ação de Graças e o Natal -, e não colher informações para a revisão estratégica.
"Sei que não é fácil para todos vocês estarem longe de casa, especialmente durante as festas, e sei que é difícil para as suas famílias, que têm um assento vazio na mesa da ceia", disse Obama após visitar soldados feridos e condecorar cinco deles com a medalha do Coração Púrpura.
Obama pretende começar a retirar as tropas do Afeganistão em meados de 2011, enquanto Karzai pede que a operação esteja concluída até 2014 - o que funcionários dos EUA e da Otan dizem ser factível.
A oposição republicana dos EUA diz que ter marcado data para o início da retirada dá moral ao Taliban. A revisão de dezembro irá avaliar a situação do conflito e possivelmente recomendar mudanças na estratégia, mas sem alterá-la substancialmente, como aconteceu no ano passado, quando o presidente atendeu ao pedido de seus generais para enviar 30 mil soldados adicionais.