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Saia-justa

No Afeganistão, Obama evita Karzai

Obama, em visita a base norte-americana no Afeganistão | Jim Young/Reuters
Obama, em visita a base norte-americana no Afeganistão (Foto: Jim Young/Reuters)

Washington - O presidente dos Estados Uni­­dos, Barack Obama, fez ontem visita surpresa de três horas ao Afeganistão, pouco após textos vazados no site WikiLeaks adicionarem nova frente de fricção à relação conturbada entre os dois governos.

A razão oficial da visita foi fa­­lar com os soldados americanos estacionados na base de Ba­­gram perto dos feriados de final de ano. Mas a viagem foi recheada de confusões políticas entre Oba­­ma e o presidente Hamid Karzai.

Os dois deveriam ter se encontrado pessoalmente em Cabul, mas a ida até lá foi cancelada. A Casa Branca culpou o mau tempo e disse que haveria uma videoconferência entre eles.

Pouco depois, a videoconferência também foi cancelada. A Casa Branca responsabilizou "problemas técnicos". Obama e Karzai teriam se falado por telefone.

Os desencontros geraram suspeitas imediatas de deterioração ainda maior na relação entre os dois líderes.

É sabido que Karzai já se sentia insultado pela suposta pouca atenção dedicada a ele por Obama.

Além disso, vieram à tona ontem mensagens a Wa­­shing­­ton de diplomatas americanos em Cabul descrevendo o Afeganistão como um país completamente to­­mado pela corrupção.

Em discurso, Obama agradeceu o trabalho dos soldados. "O progresso chega devagar. E é duro avançar."

Em cerca de duas semanas, os Estados Unidos deverão di­­vulgar revisão da estratégia para o esforço no Afe­­ganistão.

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