A tradicional festa do Ano Novo na China é um momento para as famílias vencerem as grandes distâncias do país, se encontrarem e traçarem planos para o futuro. Mas, para os solteiros, é uma época de muita pressão social, onde eles já esperam escutar dos pais, avós, parentes distantes e até vizinhos aquela famosa frase: “Você conheceu alguém?” Ou: “Por que não está namorando?”.
A pressão para os jovens chineses, sejam homens ou mulheres, se casarem é tão grande que muitos deles chegam a procurar pessoas para levar a festa só para evitar os questionamentos. Segundo o jornal South China Morning, alguns solteiros colocaram recentemente anúncios no aplicativo Jobdoh – uma espécie de LinkedIn – onde oferecem dinheiro por cada hora de companhia. O valor pode aumentar diante das exigências, como aparência, período de tempo da viagem, entre outras coisas.
Pode até parecer como um trabalho fácil, mas os contratados devem decorar em pouco tempo todas as informações sobre os parentes do acompanhante para que não pareça uma relação falsa. Além disso, devem ser gentis, atenciosos e não devem fumar. Mas, como muitas famílias tradicionais proíbem o namoro durante o ensino médio e universitário, os supostos namorados ou namoradas não podem se exceder.
“Nada de beijos ou algo além, mas segurar as mãos e abraços são necessários para parecer real”, diz um anúncio.
Outra situação embaraçosa é quando os pais, muito ansiosos por um relacionamento, começam a querer apresentar o filho do vizinho ou a sobrinha do colega de trabalho.
“Minha mãe vai me enviar fotos, dizendo ‘esse não é ruim, ele trabalha, porque não encontrá-lo?’” ,diz Zheng Dandan, que deixou sua casa em Tangshan para tentar a carreira de atriz em Pequim, ao Sydney Morning Herald. “Estou com medo de ir para casa, sem saber ao certo o que dizer aos meus pais.”
Seguindo um fenômeno mundial, os jovens chineses estão se casando cada vez mais tarde. Eles agora vivem nas grandes cidades, passam mais tempo estudando – muitos vão para a universidade – e eles querem ser independentes financeiramente, sem pressa para pôr uma aliança no dedo. Mas a geração de seus pais, que vivia na zona rural e já estavam comprometido aos 20 e poucos anos, não abre mão das expectativas.
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