Reunido nesta semana com líderes mundiais do G20 na Indonésia, o ditador chinês, Xi Jinping, tenta restabelecer a diplomacia com o Ocidente, após ter determinado, em outubro, seu terceiro mandato como chefe do gigante oriental. Na segunda-feira (14), o líder chinês inaugurou as reuniões com o presidente americano, Joe Biden. Os dois dirigentes, que se falaram remotamente cinco vezes desde 2020, conversaram por mais de três horas.
“Precisamos encontrar o caminho certo para que essa relação bilateral avance e cresça”, assegurou o número um chinês, diante de Biden. O comunicado de imprensa divulgado logo após o encontro especificou que Xi descreveu ao presidente americano os elementos essenciais do 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC). Apesar do diálogo ter ocorrido de forma amigável, o principal ponto de conflito recente entre os dois países foi citado pelo líder chinês: Taiwan, que está, conforme declara o PCC, "no coração dos interesses vitais da China".
Apesar de apresentar uma postura ambígua em relação à ilha - sobre apoiar a defesa de Taiwan ou se manter em neutralidade, Biden expressou objeções americanas "às ações cada vez mais agressivas da República Popular da China contra Taiwan". Porém, o presidente americano não indicou a possibilidade de um novo conflito em breve. "Não acho que haja uma tentativa iminente da China de invadir Taiwan", disse ele após o encontro com Xi Jinping.
Mesmo tendo evitado se manifestar sobre a Guerra na Ucrânia, sob intensos questionamentos de outros líderes ocidentais, o ditador chinês teria demonstrado ao presidente francês, Emmanuel Macron, que se opõe ao conflito. "Sentimos que há uma vontade por parte das autoridades chinesas para serem construtivas e encontrarem uma solução para a paz. A negociação de um comunicado conjunto do G20 o mais preciso possível sobre a guerra na Ucrânia, que está prestes a ser endossado por Pequim apesar da oposição russa, será um bom teste", revelou Macron.
Xi Jinping também teve uma reunião inédita com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, na terça-feira (15), após vários anos de tensões crescentes entre os dois países. Pela primeira vez, desde 2016, um chefe de governo australiano se encontrou bilateralmente com o líder chinês. As tensões aumentaram depois que declarações do ex-primeiro-ministro Scott Morrison pediam uma investigação sobre a origem do Covid-19 na China, o que levou Pequim a impor sanções a parte das exportações da Austrália.