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O que Trump e sua equipe conquistaram até agora? | BRENDAN SMIALOWSKI/
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O que Trump e sua equipe conquistaram até agora?| Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/ AFP

Oito meses do presidente Donald Trump representam um sexto do seu mandato. Analogamente, ele está no quarto buraco da sua primeira rodada. Sua pontuação é menos um, em grande parte devido a penalidades para a sua resposta errática a Charlottesville, Virginia, e alguns tweets fora dos limites (compensados em parte por respostas federais, até o momento, excelentes aos furacões Harvey e Irma). O que ele e sua equipe conquistaram? Qualquer jogador de golfe sabe que é muito cedo para estimar o resultado final, mas podemos identificar as ações e palavras que definirão os primeiros oito meses e estabelecê-los como notáveis.

Discursos significativos

O presidente fez três discursos significativos: o inaugural, sobre a “carnificina americana”; seu discurso aos líderes de países sunitas, em que pediu a eles que exigissem que seus líderes religiosos pregassem a mensagem de que os terroristas teriam suas almas eternamente condenadas; e o seu discurso de “o Ocidente é melhor” na Polônia. Todos foram significativos pela franqueza das mensagens que ressoaram em grandes partes da América que acreditam que o presidente disse coisas que precisavam ser ditas, que Barack Obama se recusava a sequer dizer e George W. Bush só dizia de forma diluída. 

Nomeação de Gorsuch para a Suprema Corte

Ele nomeou o juiz Neil Gorsuch para a Suprema Corte, garantindo, assim, pelo menos por enquanto, a continuação e talvez o fortalecimento do “federalismo estrutural”, a defesa robusta da Primeira Emenda, e uma política em geral descentralizada para as leis eleitorais e de redistritamento. O equilíbrio é delicado, e se o juiz Anthony Kennedy se aposentar no próximo ano e for substituído por outro Gorsuch, provavelmente será preservado por uma década ou mais. Se mais de uma vaga surgir e o presidente mantiver a sua palavra (e seu histórico em nomeações de juristas – suas nomeações às cortes tem sido lentas, mas consistentes no seu originalismo), o legado mais estável de Trump será a sua marca nos tribunais. 

Essas nomeações, aliás, são o fator realmente decisivo para a direita - não o programa Deferred Action for Childhood Arrivals (DACA), a revogação do Obamacare ou qualquer outra coisa. Muitas coisas são importantes para eles, mas a Constituição está em primeiro lugar e a segurança nacional em segundo. Quebrar a confiança com os parceiros do Partido Republicano nos tribunais poderia quebrar o apoio da direita ao governo de Trump. Não há nenhuma indicação de que o presidente não entenda essa verdade fundamental. As indicações da mídia de relações tóxicas entre Trump e o porta-voz da Casa Branca, Paul Ryan (ou R-Wis.), e o Líder da Maioria do Senado, Mitch McConnel (ou R-Ky.), parecem quase absurdamente cômicas na sua hipérbole, assim como as previsões de destruição pela base devido ao seu “acordo” em relação ao DACA. A aliança republicana entre o governo de Trump e o Congresso funciona bem o suficiente. 

Segurança nacional

Na segurança nacional, Trump reuniu um time de competência excepcional, e os aliados de Trump estão contentes com a maior parte do trabalho realizado por esse time, dos mísseis na Síria ao reconhecimento explícito de Israel como um dos aliados mais próximos. Por outro lado, o aumento do orçamento para defesa é bom, mas não ótimo, e Trump falhou em dispor de um plano para conseguir uma Marinha de 350 navios, o que poderia voltar para assombrá-lo em 2020 se o Partido Democrata bater na tecla desse seu fracasso. 

Regulação federal

Os seus retrocessos regulatórios são procedentes. Ele e o Congresso de maioria republicana usaram a Lei de Revisão do Congresso para rescindir 14 regras do governo Obama. Algumas figuras chave, incluindo o Administrador da Agência de Proteção Ambiental, Scott Pruitt, o Secretário de Saúde e Serviços Humanos, Tom Price, e muitos outros estão trabalhando por agendas retrocedentes ambiciosas e necessárias. (Revelação: Meu filho trabalha na Agência de Proteção Ambiental.) O progresso em reformas regulatórias é enorme e duradouro, e a mídia não reconhece o quanto é aprovado no país. 

Imigração

Ah, e o Congresso colocou à disposição do presidente muito dinheiro para consertos nas barreiras das fronteiras, mais do que suficiente para os entusiastas de proteção das fronteiras. Um acordo pelo DACA que exige o uso de E-Verify, sistema de verificação do status de imigrantes, e coloca fim a uma cadeia de migração em favor de admissão com base em habilidades prioritárias, será mais uma conquista, assim como qualquer tipo de corte tributário a taxas corporativas. A preocupação de linha-duras de imigração é apenas uma amplificação, alimentada pela mídia, da ala extremista do Partido Republicano. 

De modo geral, foram oito meses muito bons. Longe de serem perfeitos, mas um pacote de grandes vitórias e, na sua maior parte, progresso em muitos pontos. Esperamos as conclusões do conselho especial de Robert Mueller, mas desde que nenhuma acusação inclua o presidente ou a sua família (e até agora parece ser esse o caso), isso não afetará o presidente ou a sua base aliada. Traga mais juízes de direita e a aliança de Trump se manterá. Consiga os 350 navios e prosperará.

*Hugh Hewitt, colunista do Washington Post, apresenta um programa de rádio em nível nacional e é autor de "The Fourth Way: The Conservative Playbook for the Lasting GOP Majority".

Tradução de Andressa Muniz

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