O caso da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada por adultério e sentenciada à morte, chamou a atenção internacional para o problema no Irã, que hoje mantém, além dela, 24 mulheres e homossexuais no corredor da morte, esperando para ser apedrejados.
De acordo com Maurice Copithorne, ex-relator das Nações Unidas para a situação de direitos humanos no Irã, o país é hoje o equivalente a uma "grande prisão para as mulheres".
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) e de organizações não-governamentais (ONGs) alertam que o Irã é hoje o país com o maior número de execuções per capita, superando a China, e a situação das mulheres é particularmente preocupante. Desde 1980, 109 casos conhecidos de execução foram aplicados por apedrejamento. Mas ativistas afirmam que o número de executados pode ser maior.
Números da Anistia Internacional indicam que, neste ano, o governo do Irã já executou 115 pessoas. Algumas delas foram torturadas após os protestos contra os resultados das eleições, há um ano. Relatos da entidade mostram a brutalidade das ações.
O chefe da delegação que desembarcou em Genebra, na Suíça, ontem para representar o Irã na ONU, Gholam Dehghani, rejeitou as críticas. "Muito do que se lê são histórias fabricadas e sem base", afirmou. "O que vem sendo divulgado na imprensa é mais um exemplo da politização da situação. É uma desculpa para conduzir uma guerra contra a situação dos direitos humanos no Irã."