Teerã O presidente da Rússia, Vladimir Putin, encontrou-se ontem com seu colega iraniano Mahmud Ahmadinejad, em Teerã, e anunciou que não permitirá que nenhum país banhado pelo Mar Cáspio ceda bases militares para que os EUA ataquem o Irã.
O acordo selado com os presidentes de Casaquistão, Turcomenistão e Azerbaijão foi uma reação às especulações de que Washington usaria instalações na região para atacar o Irã.
Toda a pressão diplomática da Rússia recaiu sobre o Azerbaijão, que tem uma parceria com a Otan e permitiu, recentemente, que militares americanos inspecionassem pistas de pouso no país. No fim do dia, em declaração conjunta, as cinco nações afirmaram que "sob nenhuma circunstância autorizariam o uso de seus territórios para lançar ataques contra Estados do Cáspio".
A declaração final reconheceu também o direito de todos os signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, inclusive o Irã, de desenvolver a energia nuclear com fins pacíficos, o que foi considerado por analistas como um importante apoio ao presidente iraniano.
Putin é o primeiro líder russo a visitar o Irã desde 1943. Ele chegou a Teerã após desprezar um relatório oficial que indicava a existência de um plano para matá-lo durante a viagem. Autoridades russas haviam dito que ele poderia até cancelar a visita, o que não aconteceu.
A aproximação de Moscou com Teerã é considerada estratégica por muitos especialistas. O fortalecimento dos laços com o regime iraniano fortaleceria a posição da Rússia em outras negociações importantes com os EUA, que insistem em instalar um escudo antimíssil na Europa Oriental e apóia a independência de Kosovo.