Raleigh, Estados Unidos (AFP) Os Estados Unidos realizaram ontem a milésima execução desde o restabelecimento da pena de morte em 1976, ao administrar uma injeção letal em Kenneth Boyd, na prisão central de Raleigh, na Carolina do Norte. Boyd, de 57 anos, que não queria ser lembrado apenas por um número, foi declarado morto às 02h15 (05h15 em Brasília), 15 minutos depois de receber a injeção, anunciou a administração penitenciária.
Os jornalistas que assistiram à execução notaram que a respiração do condenado tornou-se mais lenta um minuto depois da injeção. Seu rosto empalideceu subitamente dez minutos antes de morrer. Pouco antes, Boyd pediu que sua nora cuidasse de seu filho e de seus netos.
"Que Deus abençoe todos os presentes", foram suas últimas palavras. Ele foi condenado em 1994 pelo assassinato, seis anos antes, de sua mulher e de seu sogro. "Como cristãos, nós o perdoamos", afirmou a família das vítimas num comunicado, alegando não estar em "um dia de vitória". "A justiça foi feita", disse o xerife Sam Page à imprensa.
Os pedidos de clemência de última hora foram rejeitados pelos tribunais e pelo governador da Carolina do Norte.
Cerca de 200 manifestantes permaneceram mais de cinco horas na calçada em frente à prisão, apesar do frio intenso. Com velas acesas, eles recitaram os nomes dos mil executados. Dezesseis militantes foram detidos pela polícia depois de invadirem a portaria da prisão para rezar de joelhos.
Entre os mil executados, 832 receberam injeção letal, 152 foram eletrocutados, 11 morreram em câmaras de gás, 3 foram enforcados e 2, fuzilados. A pena capital é legal em 38 dos 50 estados norte-americanos. O apoio à pena de morte nos EUA caiu de 80% para 64% na última década, segundo as pesquisas de opinião.
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