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No Peru, Humala faz concessões em sua plataforma eleitoral

Candidato presidencial peruano Ollanta Humala fala durante coletiva de imprensa em Lima | Reuters
Candidato presidencial peruano Ollanta Humala fala durante coletiva de imprensa em Lima (Foto: Reuters)

O candidato de esquerda Ollanta Humala declarou na sexta-feira que, se eleito presidente do Peru, irá respeitar a independência do Legislativo e do Judiciário, e não irá nacionalizar a Previdência --promessas voltadas para seduzir o eleitorado moderado e indeciso.

Na versão revista da sua plataforma eleitoral, Humala disse que a proposta de taxação sobre os lucros do importante setor minerador gerariam de 1 bilhão a 2,5 bilhões de dólares por ano, e que esses recursos seriam usados para combater a pobreza, que aflige um terço da população.

A moderação do discurso de Humala busca acalmar eleitores e investidores temerosos de que ele intervenha na economia do país, uma das que mais crescem na América Latina, e ocorre depois de ele ter sido superado por sua rival direitista Keiko Fujimori nas pesquisas de opinião, a três semanas do segundo turno da eleição presidencial, em 5 de junho.

Humala, favorável a uma maior participação estatal na economia, prometeu não substituir o sistema privado de previdência por um sistema administrado pelo governo.

Críticos dizem que as reformas que o candidato propôs em uma plataforma anterior iriam afetar a independência do Judiciário e do Legislativo no país. Muitos eleitores, lembrando o fechamento do Congresso em 1992 pelo presidente Alberto Fujimori, veem com preocupação qualquer medida que possa ameaçar a democracia.

Na nova versão da sua plataforma, Humala reiterou promessas anteriores de respeitar a independência do Banco Central, de manter o equilíbrio das contas públicas e de honrar os acordos internacionais do Peru.

Ex-oficial do Exército derrotado na eleição presidencial de 2006, Humala ganhou o primeiro turno em 10 de abril, mas agora aparece ligeiramente atrás da rival Keiko Fujimori nas pesquisas. A deputada de 35 anos, filha do ex-presidente Fujimori, tem a preferência do empresariado.

O governo do pai dela desmoronou em 2000, em meio a suspeitas de corrupção e violações de direitos humanos. Fujimori atualmente está preso por crimes cometidos durante seus dez anos de governo.

A exemplo de Humala, Keiko também defende a elevação dos impostos sobre a mineração para financiar programas sociais.

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