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Eleições municipais

No Peru, mesários faltam e filas duram horas

Cartazes de propaganda eleitoral em Lima (Peru), 19 de setembro de 2022
Cartazes de propaganda eleitoral em Lima (Peru), 19 de setembro de 2022 (Foto: EFE/Paolo Aguilar)

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O desinteresse dos peruanos pela política se refletiu nas eleições regionais e locais deste domingo (02/10), um dia que amanheceu com colégios eleitorais vazios, como resultado da ausência de mesários convocados, da escassez de eleitores e da abundância de retardatários.

"Os mesários não vieram, só o presidente (da seção eleitoral) estava lá. Eles tiveram que pegar alguém da fila e forçá-lo, havia um jovem que se ofereceu, então pediram o documento de identidade para multar quem não se ofereceu", disse Martín Baca quando estava na fila antes de votar em Lima.

Baca esperou mais de uma hora no parque central do Campo de Marte, onde uma grande mesa de votação ao ar livre foi instalada sob o céu cinza da capital peruana.

"Disseram-me que quem deveria estar lá não tinha aparecido e eu estava entre os primeiros da fila, por isso aceitei ser voluntária (...) sou viúva, tenho tempo disponível", afirmou Isabel Martínez , que terá de permanecer no lugar do mesário faltoso até as mesas fecharem às 17h (horário local, 19h de Brasília).

Ao lado dela, Ana Mendoza chegou ao centro de votação para ser presidente do colégio eleitoral às 6h da manhã, mas só pôde abri-lo quase às 10h porque faltava uma pessoa.

"Felizmente a senhora se ofereceu e esse é um exemplo a seguir", destacou Mendoza, depois de acrescentar que não registraram nenhum incidente além desse atraso.

"Todos são corruptos"

Uma senhora que não quis revelar seu nome relatou que estava na fila há mais de uma hora e meia porque os membros da mesa não compareceram.

Como muitos de seus concidadãos, confessou com um sorriso que não gosta de nenhum candidato porque "todos são corruptos".

Neste domingo, 24,7 milhões de peruanos estão convocados às urnas para eleger seus  governadores e prefeitos para o período 2023-2026.

A campanha eleitoral não gerou muito interesse nas últimas semanas em um país onde os cidadãos estão fartos da política.

Para a prefeitura de Lima, onde mora um terço dos peruanos, as últimas pesquisas apontavam resultados muito próximos entre os candidatos que disputam o cargo.

O empresário Rafael López Aliaga, do partido ultraconservador Renovação Popular, e o também direitista Daniel Urresti, general reformado das Forças Armadas, são os favoritos, embora o ex-jogador George Forsyth, da legenda de centro-direita Somos Peru, tenha angariado mais apoio nos últimos dias.

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