Durante visita ao Quênia, o papa Francisco disse a líderes religiosos que eles devem atuar como “profetas da paz” e promover um diálogo entre as crenças para se proteger dos “bárbaros” ataques de terroristas no país africano.
“Muitas vezes, jovens têm se radicalizado em nome da religião para semear a discórdia e o medo, e para rasgar o próprio tecido da sociedade”, disse Francisco nesta quinta-feira (26) a representantes cristãos, muçulmanos, judeus, animistas, dentre outras religiões.
O pontífice condenou os ataques da facção islâmica somali Al Shabaab, ligada à Al Qaeda, que nos últimos anos, mataram cerca de 400 pessoas no Quênia. Em abril, milicianos invadiram uma universidade e mataram 148 estudantes cristãos.
“Nossa convicção comum é que o Deus a que buscamos servir é um Deus de paz. Seu santo nome não pode ser utilizado nunca para justificar o ódio e a violência”, acrescentou o papa.
Missa
O encontro ecumênico aconteceu pouco antes de Francisco ir de papamóvel ao campus da Universidade de Nairóbi, onde celebrou uma missa diante de centenas de milhares de fiéis.
Na cerimônia, o papa apelou aos jovens para que “rejeitem tudo o que leva ao preconceito e à discriminação” e denunciou a violência contra as mulheres.
“Somos convocados a resistir às práticas que favorecem a arrogância dos homens, que ferem ou desprezam as mulheres, que não cuidam dos idosos e ameaçam a vida do inocente que ainda não nasceu”, declarou Francisco.
Alguns fiéis disseram ter chegado às duas da manhã ao no campus para garantir sua presença, apesar das fortes chuvas na capital queniana durante a madrugada. Para muitos, este era um “momento histórico” que não poderia ser perdido.
A missa foi protegida por cerca de 10 mil agentes de segurança.
Ainda na quinta-feira, o papa deve fazer um discurso na sede da Organização das Nações Unidas em Nairóbi.
Francisco desembarcou no Quênia nesta quarta-feira (25), iniciando sua primeira visita ao continente africano. Nos próximos dias, ele deve passar pela República Centro-Africana e por Uganda.