A comissão para o referendo no sul do Sudão disse, neste domingo que mais de 99% dos eleitores optaram pela separação do norte do país, em um pleito realizado no início do mês. Milhares comemoraram o anúncio em Juba, a capital do Sudão do Sul.
A votação durou uma semana, no início de janeiro, e foi elogiada por ter sido pacífica e por ter ficado dentro dos padrões internacionais. O referendo era a condição para o acordo de paz de 2005, que encerrou a guerra civil norte-sul, que já durava duas décadas e matou 2 milhões de pessoas.
O chefe da comissão do escritório do sul, Justice Chan Reec Madut, disse que o número de votos úteis nos 10 Estados foi também de 99%. Ele afirmou que apenas 16 mil eleitores no sul escolheram permanecer unidos com o norte, enquanto 3,7 milhões escolheram a independência.
No norte do Sudão, 58% dos eleitores escolheram a independência, disse Mohamed Ibrahim Khalil, presidente da comissão do referendo na região. Cerca de 60% dos eleitores participaram.
Os resultados do referendo, disse Khalil, conduzem a uma mudança de situação. "A mudança abrange apenas a forma constitucional de relacionamento entre norte e sul. Norte e sul estão juntos em laços históricos e geográficos indissolúveis", afirmou.
Os oficiais da comissão de referendo não anunciaram um porcentual total para todos os votos. No website, neste domingo, a comissão disse que 98,8% dos eleitores escolheram independência, mas citou que o número poderia mudar.
Se o processo continuar desta forma, o Sudão do Sul pode se tornar o mais novo país do mundo em julho. Demarcação de fronteira, direitos sobre petróleo e status da região disputada de Abyei ainda precisam ser negociados.
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