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| Foto: Ethan Miller/AFP

No terceiro e último debate entre os dois principais candidatos à Casa Branca, nesta quarta-feira (19), em Las Vegas, o republicano Donald Trump evitou se comprometer sobre se aceitará o resultado das eleições presidenciais de 8 de novembro nos Estados Unidos, alegando que estudará a questão quando chegar a hora. O encontro foi novamente marcado pelas denúncias de abuso sexual contra o magnata, e teve também pontos altos nas discussões sobre aborto e porte de armas.

“Verei isso no momento oportuno”, declarou Trump sobre aceitar ou não o resultado das eleições. O candidato vem insistindo em seus discursos dos últimos dias em que as eleições estão sendo “manipuladas” para garantir a vitória de sua oponente, a democrata Hillary Clinton - que por sua vez, disse se sentir “horrorizada” de ter diante dela um adversário em uma campanha eleitoral que não acredita no sistema eleitoral.

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Na visão de Trump, a imprensa é um dos problemas mais graves: “a imprensa é tão desonesta e tão corrupta, e envenenaram a mente dos eleitores. Felizmente, acho que os eleitores estão vendo além”. Desde o começo de outubro, parte da imprensa estadunidense começou a endurecer contra o republicano, submetendo-o a tons mais críticos do que de costume.

No debate desta quarta, Suprema Corte, armas, aborto e imigração abriram o encontro.

Trump buscou tranquilizar a base conservadora de seu partido, ressaltando que indicará juízes pró-vida (contrários ao aborto) e que se oponham a mais controles aos donos de armas. Nesse sentido, agradeceu à National Riffle Association (NRA) - o principal lobby de armas do país - pelo apoio à sua campanha.

Hillary rebateu criticando o atual Congresso de maioria republicana por impedir o presidente Barack Obama de tentar preencher o assento vacante na Suprema Corte. Atualmente, a Casa se encontra em situação de empate, com quatro juízes de tendência conservadora e quatro progressistas.

O magnata também apoiou a Segunda Emenda da Constituição, que garante o direito do cidadão de portar armas para se defender, e alertou que “ela se encontra sob assédio”.

Embora também tenha apoiado a Segunda Emenda e o direito às armas, Hillary disse que isso “não está em conflito com uma regulação de bom senso” para controlar seu acesso. A democrata acusou seu rival de estar no bolso do lobby das armas. Ainda em relação à Suprema Corte, a democrata disse que vai “defender o direito das mulheres de fazer suas próprias decisões de cuidado de saúde”.

“Eu não acho que o governo dos Estados Unidos deveria estar fazendo essa decisão”, insistiu ela, acrescentando que “viemos tão longe para ter de recuar agora”. “Essa eleição é sobre o tipo de país que seremos”, afirmou Clinton, acrescentando que os direitos da comunidade gay e das mulheres não devem ser reduzidos.

“Se vocês forem com o que a Hillary está dizendo, você pode pegar o bebê e tirar o bebê do útero da mãe pouco antes do nascimento do bebê”, alertou Trump.

“Usar esse tipo de retórica do medo é apenas terrivelmente infeliz”, respondeu Hillary. “Você deveria se encontrar com as mulheres com as quais eu me encontrei”.

“Essa é uma das piores escolhas possíveis que qualquer mulher e sua família têm de fazer”, insistiu Trump, referindo-se ao aborto.

Em outro momento do debate, o republicano acusou Hillary e sua equipe de criar e promover as denúncias sobre os episódios de assédio sexual de Trump às mulheres. Ele insistiu que há evidências de que grupos ligados à democrata contrataram provocadores para atrapalharem e interromperem seus comícios de campanha.

“Eles contratam gente. Pagam 1.500 dólares para eles, e está gravado como dizem a eles para serem violentos, provocarem brigas”, completou.

Clinton e Trump se enfrentaram em um debate de 1h30, moderado pelo jornalista Chris Wallace da Fox News, o último antes das eleições de 8 de novembro.

As últimas pesquisas colocam a ex-secretária de Estado com uma vantagem de pelo menos 6,5 pontos percentuais em relação ao magnata do setor imobiliário.

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