A Academia Real das Ciências da Suécia concedeu o Prêmio Nobel de Química de 2019 a três cientistas que contribuíram com o desenvolvimento da bateria de íons de lítio. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (9). O alemão John B. Goodenough, o britânico M. Stanley Whittingham e o japonês Akira Yoshino ganharam a distinção e um prêmio de 9 milhões de kronas suecas (R$ 3,7 milhões ou US$ 918.000), que será dividido igualmente entre eles.
De acordo com a Academia, a bateria de íon de lítio recarregável lançou as bases da eletrônica sem fio, como telefones celulares e laptops. Um dos fatores decisivos, porém, é que ela possibilita um mundo livre de combustível fóssil, podendo ser usada para alimentar carros elétricos e até armazenar energia de fontes renováveis.
Desde 1970, o britânico Stanley Whittingham trabalhou no desenvolvimento de métodos que poderiam levar a tecnologias de energia sem combustível fóssil. Ele começou a pesquisar supercondutores e descobriu um material extremamente rico em energia, o qual usou para criar um cátodo inovador em uma bateria de lítio. Isso foi feito a partir de dissulfeto de titânio que, em nível molecular, possui espaços que podem abrigar íons de lítio.
John Goodenough previu que o cátodo teria um potencial ainda maior se fosse fabricado usando um óxido de metal. Em 1980 ele descobriu que o óxido de cobalto com íons de lítio intercalados pode produzir até quatro volts - um avanço importante que levaria à produção de baterias muito mais poderosas.
Usando as pesquisas de Goodenough como base, Akira Yoshino criou a primeira bateria comercialmente viável de íons de lítio em 1985. O resultado foi uma bateria leve e resistente que poderia ser carregada centenas de vezes antes que seu desempenho se deteriorasse.
Os ganhadores
John B. Goodenough, nascido em 1922 em Jena, Alemanha. PhD na Universidade de Chicago, EUA. Virginia H. Cockrell Chair em Engenharia na Universidade do Texas em Austin, EUA.
M. Stanley Whittingham, nascido em 1941 no Reino Unido. PhD na Universidade de Oxford, Reino Unido. Professor ilustre da Universidade Binghamton e na Universidade Estadual de Nova York, EUA.
Akira Yoshino, nascido em 1948 no Japão. PhD na Universidade de Osaka, Japão. Membro Honorário da Asahi Kasei Corporation, Tóquio, Japão e professor da Universidade Meijo, Nagoya, Japão.