O presidente do Equador, Daniel Noboa, durante reunião no Palácio do Governo, em Quito, nesta quarta-feira (22)| Foto: EFE/Presidência do Equador
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O presidente do Equador, Daniel Noboa, disse nesta quarta-feira (22) que a segunda fase da “guerra” que ele vem travando desde o início do ano contra as gangues do crime organizado começou, com a emissão de um novo estado de emergência que abrange sete das 24 províncias do país, além de um município em uma oitava província.

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Noboa declarou um estado de emergência de 60 dias nas províncias costeiras de Guayas (cuja capital é Guayaquil), Santa Elena, Manabí, El Oro e Los Ríos, e nas províncias amazônicas de Sucumbíos e Orellana, assim como no município de Camilo Ponce Enríquez, na província andina de Azuay, no sul do país, cujo prefeito foi recentemente assassinado.

Esse estado de emergência substitui o que foi aplicado em 30 de abril em cinco províncias (Guayas, Santa Elena, Manabí, El Oro e Los Ríos) e que, em 10 de maio, foi declarado inconstitucional pela Corte Constitucional, que considerou que a medida não estava devidamente fundamentada.

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“Hoje nos encontramos no segundo estágio da guerra, uma guerra que se tornou setorizada. As gangues criminosas, diante da ofensiva militar, se refugiaram e se entrincheiraram em sete províncias”, disse Noboa em uma mensagem de vídeo divulgada nas redes sociais para anunciar o novo estado de emergência.

Ele enfatizou que “essas são as províncias que mais precisam que as Forças Armadas e a polícia tenham liberdade de ação”.

“Para vencer nesta segunda etapa da guerra, precisamos que os militares tenham permissão para agir, para que os criminosos e terroristas que se refugiam e zombam da Justiça em seu direito à inviolabilidade do lar saibam que vão perdê-lo”, acrescentou.

O novo estado de emergência inclui a suspensão do direito à inviolabilidade do lar e da correspondência nos territórios em questão e ordena que a autoridade nacional de Direitos Humanos informe sobre aspectos relativos a ataques armados ou ameaças de gangues criminosas.

Esse decreto não prevê a mobilização das Forças Armadas para apoiar a polícia em operações contra o crime organizado, pois a medida já é permanente, aprovada no referendo nacional de 21 de abril, e não depende mais da decretação de um estado de emergência.

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Naquele referendo, Noboa recebeu amplo apoio a uma série de reformas para fortalecer a luta contra o crime organizado, mas duas reformas econômicas para legalizar contratos de trabalho por hora e permitir arbitragens internacionais com investidores em qualquer jurisdição foram rejeitadas.

Desde o início do ano, Noboa elevou a luta contra o crime organizado à categoria de um “conflito armado interno”, ao classificar as gangues criminosas como grupos terroristas e atores não estatais beligerantes.

Além disso, ele decretou um estado de emergência nacional que vigorou de 8 de janeiro a 7 de abril, militarizando as prisões, que são epicentros da crise de violência do país, já que muitas são dominadas por gangues criminosas.

Essas gangues, envolvidas principalmente com o tráfico de drogas, pesaram para que o Equador se tornasse um dos países com as maiores taxas de homicídio da América Latina, com uma taxa de 47 por 100 mil habitantes em 2023, de acordo com o Observatório Equatoriano do Crime Organizado (Oeco).

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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