A China nomeou mais um bispo católico neste domingo, num episódio que reflete a polêmica entre o Vaticano e a Igreja gerida pelo Estado, que divide os moradores na região do país de maioria católica. A China tem cerca de 10 milhões de católicos, mas eles estão divididos entre a Igreja só fiel ao papa e a Igreja aprovada pelo Estado, cujos membros respeitam o papa, mas não têm laços formais com o Vaticano.

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Zhan Silu celebrou a missa que marcava a sua nomeação como bispo de Diocese de Mindong, na província de Fujian, leste da China.

A catedral na pequena cidade de Ningde estava lotada, com moradores da área urbana e agricultores, que festejavam a promoção do bispo.

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No entanto, como dois outros bispos chineses nomeados nas últimas semanas, Zhan não tem a bênção do papa Bento XVI, que criticou a China duramente por causa dessas iniciativas.

Na região de Ningde, padres tanto da Igreja Católica com aval do Estado quanto da "não-oficial" disseram estar decepcionados com a promoção de Zhan. Eles alertam que isso pode levar a tensões entre Pequim e o Vaticano e entre os dois lados da dividida igreja chinesa.

- Estivemos sob uma pressão forte - afirmou um padre local, da Igreja reconhecida pelo Estado, que porém acredita que é o Vaticano que deve escolher os bispos. Ele pediu anonimato.

O Partido Comunista tradicionalmente se recusa a deixar o Vaticano apontar bispos, o que é interpretado como intromissão nos assuntos internos da China.

Nos últimos cinco anos, porém, as duas partes chegaram a um acordo que permite aos bispos chineses buscar o aval do Vaticano.

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Nas últimas semanas, contudo, a igreja oficial consagrou bispos de maneira unilateral. Na semana passada, um bispo-assistente foi nomeado no nordeste do país com a aprovação do Vaticano.

Em entrevista, Zhan afirmou que gostaria de ter contado com a bênção do Vaticano, mas que ela não veio.