Memória
Protestos lembram golpe fracassado de Chávez
AFP
Partidários e opositores do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, saíram ontem às ruas de Caracas para recordar o 18º aniversário do golpe fracassado liderado pelo atual chefe de Estado venezuelano.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, atraiu mais críticas da oposição por ter nomeado um dirigente cubano para tentar resolver a crise elétrica no país. Milhares de manifestantes, favoráveis e contrários ao governo, saíram ontem às ruas da Venezuela, por ocasião do 18.º aniversário de uma tentativa de golpe patrocinada por Chávez.
O polêmico presidente socialista anunciou nesta semana que o vice-presidente cubano Ramiro Valdés, aliado de Fidel Castro desde os primórdios da sua luta revolucionária de 1959, vai dirigir um comitê encarregado de resolver os problemas elétricos venezuelanos. "Os cubanos tiveram seríssimos problemas de eletricidade, então, aqui conosco para liderar esta comissão técnica está um dos heróis da Revolução Cubana", afirmou Chávez. O país está sob racionamento elétrico desde o fim de 2009.
Porém, segundo jornais venezuelanos, não consta do currículo do ministro cubano experiências no setor elétrico. A revelação aumentou as suspeitas de que Valdés tenha ido à Venezuela para auxiliar na implantação de censura à internet, o que seria a sua especialidade em Cuba.
Carlos Alberto Montaner, dissidente cubano que vive em Madri, disse à Rádio União que "Ramiro Valdés não tem a mínima ideia de como solucionar uma crise elétrica na Venezuela porque se soubesse teria feito em Cuba. Ele sabe muito é de repressão".
O presidente do Instituto da Memória Histórica de Cuba em Miami, Pedro Corzo, disse que "como ministro de Tecnologia, Valdés controla a censura na internet em Cuba".
Modelo
A nomeação de Valdés, de 77 anos, que também é o ministro cubano da Informação e Comunicações, serviu como mais um argumento para a oposição, que há anos denuncia uma "cubanização" da Venezuela e acusa Chávez de arruinar o país tentando copiar o modelo comunista da ilha.
"Agora Cuba, que atravessou tantas décadas de apagões (...) nos manda um dos seus principais especialistas em como destruir um país", zombou o jornal oposicionista Tal Cual.
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