Autoridades norte-americanas e cubanas se reúnem nesta quinta-feira (9) para discutir uma política de migração entre os dois países. A última reunião sobre o tema foi em julho de 2013. Desde então os países avançaram em alguns pontos no mês passado, como o primeiro voo comercial entre os dois países e um histórico aperto de mão entre os presidentes cubano, Raúl Castro, e americano, Barack Obama.
Em agosto passado, Havana liberou a saída de cubanos para o exterior sem necessidade de vistos especiais.
O objetivo do encontro é fazer avançar um acordo inicial estabelecido na década de 1990 entre os países que, entre outros pontos, prevê a emissão de 20 mil vistos para cubanos por Washington. Na época, Cuba havia aprovado a saída de 30 mil cidadãos.
As negociações pararam em 2003 com George W. Bush. As conversas voltaram em 2009 com Obama, mas se esfriaram após o americano Alan Gross ter sido preso instalando ilegalmente comunicações via satélite em Cuba. As reuniões voltaram a se repetir duas vezes em 2010, em janeiro de 2011 e finalmente em julho de 2013. Gross cumpre pena de 15 anos.
Em comunicado na terça-feira, o governo americano disse que as reuniões tratam de 'prioridades de longa data dos Estados Unidos em matéria migratória com Cuba'.
Após a prisão de Gross, Havana pediu a redução da pena de quatro agentes da inteligência cubana presos nos EUA. Um quinto retornou este ano para a ilha após cumprir sua pena e renunciar à cidadania americana.
Em setembro de 2013, os dois países trataram do restabelecimento do serviço postal. O Departamento de Estado considerou a reunião "frutífera e respeitosa".
A princípio, o diálogo desta quinta-feira trata apenas de temas migratórios. Outros, como a volta do funcionamento de serviços diplomáticos também pode ser tratada. Os cubanos buscam, por exemplo, um novo banco para suas operações em Washington, após o M&T Bank informar que suspenderia por completo até o dia 1º de março deste ano.
Os países não tem relações diplomáticas plenas há cinco décadas, embora o governo de Jimmy Carter tenha aberto escritórios consulares na década de 1970.