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Tensão

Norte-coreanos apoiam ataque aos EUA

Milhares de norte-coreanos participaram ontem de manifestação em apoio ao ditador Kim Jong-un, em Pyongyan | KCNA/Reuters
Milhares de norte-coreanos participaram ontem de manifestação em apoio ao ditador Kim Jong-un, em Pyongyan (Foto: KCNA/Reuters)

Milhares de norte-coreanos participaram ontem de um ato de apoio à decisão tomada à meia-noite pelo ditador Kim Jong-un de apontar mísseis do país contra os Estados Unidos. Conforme a agência oficial de notícias, o ditador considerou que "está na hora de acertar as contas com os imperialistas Estados Unidos".

Conforme o regime comunista, mais de 110 mil pessoas compareceram.

Essa medida, mais um degrau na escalada de tensão que vive a península, foi uma reação a um exercício de sobrevoo e bombardeio feito por duas aeronaves americanas com capacidade para transportar ogivas nucleares, na Coreia do Sul, ontem.

Ao manifestação durou cerca de 90 minutos e aconteceu na praça principal da capital norte-coreana, Pyongyang. Os participantes entoavam gritos de "morte aos EUA imperialistas" e "varrer os agressivos EUA".

O país comunista diz que preparará os mísseis para atacar a parte continental dos Estados Unidos e as bases militares no Pacífico – em Guam e no Havaí –, além da Coreia do Sul.

Especialistas consideram que um ataque aos EUA é improvável, mas temem que o clima leve a um confronto localizado.

O secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, disse na quinta-feira que os EUA estavam preparados para enfrentar qualquer ameaça. "Devemos deixar claro que essas provocações da Coreia do Norte são levadas muito a sério por nós e responderemos a isso", disse. Em comunicado, as Forças Armadas americanas disseram que o exercício realizado na quinta-feira "demonstra a capacidade dos EUA de realizar ataques a grandes distâncias ".

Os problemas entre as Coreias foi reaceso pela aprovação de duas sanções da ONU a Pyongyang por causa do lançamento de um foguete, em dezembro, e a realização de um teste nuclear, em fevereiro.

Além da preparação das tropas para o combate, os norte-coreanos cortaram as linhas telefônicas de contato com a Coreia do Sul e romperam o armistício com Seul, vigente desde o fim dos combates da Guerra da Coreia (1950-1953).

A Rússia advertiu ontem que a tensão entre a Coréia do Norte e os Estados Unidos pode sair do controle e pediu, ao mesmo tempo, que ambos países contenham seus ímpetos.

Ameaça de líder comunista põe países em alerta

Folhapress

Os governos da China e da Rússia afirmaram estar preocupados com a situação entre as duas Coreias um dia depois de o ditador do Norte, Kim Jong-un, ordenar que os mísseis do país fossem apontados para os EUA e para as bases militares americanas no Pacífico.

A medida foi tomada horas depois de Washington enviar dois bombardeiros B-2, que têm capacidade de levar ogivas nucleares, para os exercícios militares que faz com os sul-coreanos desde o início do mês.

Algumas horas depois do anúncio de Kim, foi registrado um aumento das atividades militares nas bases norte-coreanas onde ficam os mísseis de médio e longo alcance, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

"Um aumento repentino no movimento de veículos e soldados foi detectado", disse à agência uma fonte militar da Coreia do Sul.

A China, o maior aliado de Pyongyang, pediu calma. "Esperamos que as partes trabalhem", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hong Lei.

Já a Rússia fez críticas implícitas ao envolvimento dos EUA na crise e disse temer uma escalada da tensão.

Termômetro

Apesar do tom hostil de Pyongyang, o governo de Kim Jong-un manteve aberta uma importante zona econômica operada em conjunto com o vizinho que gera cerca de US$ 2 bilhões por ano.

O funcionamento do complexo industrial de Kaesong pode ser considerado uma espécie de "termômetro" das reais intenções de guerra de Pyongyang.

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