Treze norte-coreanos que trabalhavam em um restaurante estatal no exterior - o total de funcionários do estabelecimento - desertaram e fugiram para a Coreia do Sul, anunciou nesta sexta-feira (8) o governo sul-coreano.
Os norte-coreanos, 12 mulheres e um homem, chegaram à Coreia do Sul na quinta-feira, informou à imprensa o porta-voz do ministério sul-coreano da Unificação, Jeong Joon-Hee. O porta-voz se negou a identificar o país de localização do restaurante.
“Não podemos revelar o país em que estavam porque ficamos preocupados que aconteça um conflito diplomático com um terceiro país, com a proteção do grupo e outros possíveis casos no futuro”, explicou.
Casos de deserção de funcionários dos restaurantes já haviam sido registrados, mas esta é primeira vez que todos os trabalhadores de um deles tomam a decisão em bloco, explicou Jeong.
O porta-voz citou um dos desertores, que afirmou que todos estavam de acordo em fugir para a Coreia do Sul.
“Os exames médicos mostraram que o estado de saúde deles é bom”, disse Jeong.
O ministro destacou que Seul decidiu tornar as deserções públicas por conta do caso atípico.
O governo sul-coreano calcula que Pyongyang arrecada quase 10 milhões de dólares por ano com quase 130 restaurantes que operam, em sua maioria com funcionários coreanos, em 12 países. A Coreia do Norte tem a reputação de ser muito rígida no momento de selecionar as pessoas que trabalham em seus restaurantes no exterior, por saber que, inevitavelmente, serão expostas a informações sobre o resto do mundo.
“De acordo com o que sabemos, há muita concorrência para trabalhar nestes restaurantes no exterior. Acreditamos que para conseguir é necessário ser de boa família”, afirmou o porta-voz.
Sanções mais duras
Após o quarto teste nuclear norte-coreano, no início do ano, e de um disparo de foguete de longo alcance, considerado como teste de míssil balístico, a ONU endureceu as sanções internacionais contra Pyongyang. Deste modo, os restaurantes se tornaram ainda mais necessários para o regime norte-coreano.
A imprensa informou que os funcionários não estavam recebendo e o porta-voz sul-coreano admitiu que as sanções e a consequente falta de pagamento podem estar entre as motivações da deserção.
No mês passado, Seul adotou uma série de sanções unilaterais contra Pyongyang fez um apelo para que os cidadãos sul-coreanos boicotem estes restaurantes, alegando que os lucros seriam destinados ao programa nuclear do Norte.
De acordo com o Centro de Dados dos Direitos Humanos, quase 50 mil norte-coreanos trabalham no exterior, a maioria na China e Rússia, o que representa um faturamento de entre 200 e 300 milhões de dólares ao Estado da Coreia da Norte.
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