A polícia norueguesa vai investigar os recursos financeiros usados pelo fanático anti-imigração Anders Behring Breivik como parte do inquérito com um ano de duração sobre o massacre de 77 pessoas cometido por ele no mês passado.

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Uma unidade policial criada especialmente para esse fim conduzirá a investigação, a maior na história na Noruega, para analisar todos os aspectos do atentado a bomba e da chacina cometidos por Breivik, de 32 anos, em Oslo e numa ilha próxima em 22 de julho.

Uma fonte graduada disse à Reuters que cerca de cem agentes estão envolvidos na investigação, e se dedicam a saber se Breivik recebeu ajuda financeira de alguém. Pistas estão sendo checadas em Bermuda, Antígua e Barbuda e outros paraísos fiscais.

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"Nas entrevistas ele diz que trabalhou por muito tempo e poupou bastante dinheiro para financiar suas atividades posteriormente", disse o promotor policial Paal-Fredrik Hjort Kraby. "Foram vários milhões de coroas norueguesas -- não vou comentar o número exato --, e ele disse que isso era do seu trabalho, de ninguém mais."

Em um manifesto, Breivik se gabava de ter recebido 4 milhões de coroas (743,2 mil dólares) para o complô até 2005, e depositado parte no Caribe e Leste Europeu, para então perder cerca de metade em "especulação nas Bolsas" em 2008.

A polícia de Oslo disse ter ajuda de autoridades dos EUA, Grã-Bretanha e de países nórdicos vizinhos.

Hans Halvorsen, subchefe da polícia de Oslo, disse que a unidade especial terá equipes dedicadas a provas técnicas, vítimas, testemunhas, cooperação internacional e outros aspectos do caso. "Vai durar provavelmente um ano", disse.

Kraby não confirmou relatos da imprensa de que Breivik exigiu ser avaliado por um psiquiatra japonês. "Posso confirmar que ele não quer psiquiatras noruegueses", disse, acrescentando que dois profissionais locais de saúde mental, indicados pela Justiça, começarão a avaliá-lo na semana que vem.

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O promotor também confirmou o teor de uma reportagem do jornal norueguês VG, segundo a qual Breivik teria ligado para a polícia quase no final do massacre no acampamento do Partido Trabalhista na ilha de Utoeya.

"Breivik. Comandante. Organizou o movimento de resistência anticomunista contra a islamização. A operação está concluída, e vai se render à Delta", teria dito, em referência a uma força especial da polícia de Oslo.

Também na quarta-feira, a prefeitura de Oslo começou a retirar o mar de flores, ursos de pelúcia, lanternas, bandeiras e cartões deixado em frente à catedral local por milhares de visitantes, em homenagem às vítimas de Breivik.

Desenhos infantis, cartões e poemas em várias línguas serão mantidos no Arquivo Nacional.

"É uma cápsula do tempo de como foi o verão de 2011", disse à Reuters Barbara Berntsen, funcionária da instituição. "Isso nos diz algo sobre nós, sobre como nos sentimos e como expressamos nosso luto."

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